tag:blogger.com,1999:blog-58110768736033797522024-03-13T12:40:40.529-07:00Cordel, a Poesia Encantada do Sertão Espaço reservado à poesia do coração. cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.comBlogger15125tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-73857594568471991542022-12-23T15:51:00.001-08:002022-12-23T15:51:11.160-08:00O sonho de Lampião<p> </p><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #474747; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; margin: 20px 0px 0px; position: relative;"><a href="https://marcohaurelio.blogspot.com/2022/12/lancamento-o-sonho-de-lampiao.html" style="color: black; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 24px; font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal; text-decoration-line: none;">Lançamento: <i>O sonho de Lampião</i></a></h3><div class="post-header" style="background-color: white; color: #474747; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.6; margin: 0px 0px 1em;"><div class="post-header-line-1"></div></div><div class="post-body entry-content" id="post-body-4904637215698156758" itemprop="description articleBody" style="background-color: white; color: #474747; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.4; position: relative; width: 610px;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOW-5vSLkUCFhOmmKN8YUHQpozIifNO0T9OhAD5e2lM6mLU7bB6uuA-j6dwLWDbn_gwquWoYBksA478LnghD3f-4SD1Z9M4p3hTIUmdJamCQs-y2f_rpUHrPLYDVXeLlzUDoCHfy_tNk2cN93zxKtZGAh979v5T-A583CJdFVLAvxGnqFy9IUAXupNHQ/s800/Lampi%C3%A3o%20Capa.jpg" style="color: #d18340; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="549" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOW-5vSLkUCFhOmmKN8YUHQpozIifNO0T9OhAD5e2lM6mLU7bB6uuA-j6dwLWDbn_gwquWoYBksA478LnghD3f-4SD1Z9M4p3hTIUmdJamCQs-y2f_rpUHrPLYDVXeLlzUDoCHfy_tNk2cN93zxKtZGAh979v5T-A583CJdFVLAvxGnqFy9IUAXupNHQ/w440-h640/Lampi%C3%A3o%20Capa.jpg" style="border: none; position: relative;" width="440" /></a></div><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">O convite para escrever uma história sobre Lampião veio da escritora Penélope Martins, que fora sondada pela editora Ciranda Cultural. Para Penélope, eu era a pessoa ideal, embora, apesar de haver editado um livro sobre Lampião, escrito pelo saudoso historiador Antonio Amaury, em colaboração com seu filho Carlos Elydio, eu nunca tenha me debruçado sobre a história do personagem. Como autor, ressalve-se, já que sempre busquei conhecer, na medida do possível, a vasta bibliografia sobre o famoso facínora. Verdade seja dita: quanto tinha por volta de nove anos, escrevi um cordel narrando as façanhas de Lampião e Maria Bonita, a partir de relatos anedóticos ou lendários. O caderno, com o original, está, infelizmente, perdido para sempre. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Por tudo isso, ao responder a Penélope, que atuava como interlocutora da editora Janice Florido, eu disse que aceitava desde que ela assinasse comigo o trabalho. Não seria um cordel, mas um romance biográfico, então, a devolução do convite fazia todo o sentido. "Mas eu conheço pouco sobre a vida de Lampião" foi a sua resposta. Eu redargui que isso não seria problema e indiquei-lhe uma bibliografia que, se não era volumosa, continha o essencial para a viagem que faríamos. E o livro que, desde o início se chamou O sonho de Lampião, acaba de nascer. Com o logo da Principis, selo ligado à Ciranda. E nasceu mais formoso do que imaginávamos, graças às delicadas e sugestivas xilogravuras de Lucélia Borges.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Cada capítulo é aberto por sextilhas compostas ao gosto popular, emulando a epopeia do cangaço com seus cantos de amor e de guerra. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Da história propriamente dita muitos sabem o começo e o final. Mas resolvemos narrá-la de outra forma, fazendo de Lampião um contador de histórias, como Ulisses, desfiando seu rosário para o futuro sogro Zé de Felipe ou para o fotógrafo e dublê de cineasta, o sírio-libanês Benjamin Abrahão. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Abaixo, um trecho do posfácio, escrito à guisa de ensaio, mostrando a presença de Lampião na literatura de cordel, no cinema e na música popular.</span></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-bottom: 0.5em; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 4px; position: relative;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM5wtZ_CcxNicSaMAS8rPd1fnr2gVNnxLrBtXwwkewpT0wifJTgrtHY3YskEOoHLGOcYTSD5ZIJaXFN4fQ5xM9CCeNqr5ANSBMWYKj8nBq1rQyueKJJCo8EFCwS0UnVz_aDJFqup_dIB2OTwpS1n-2-RAIRPCOQe80Y2YntTa-vbrm_DDSfkI-zXGonQ/s1125/Lampi%C3%A3o%20sonho%203.jpg" style="color: #d18340; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="1125" data-original-width="828" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM5wtZ_CcxNicSaMAS8rPd1fnr2gVNnxLrBtXwwkewpT0wifJTgrtHY3YskEOoHLGOcYTSD5ZIJaXFN4fQ5xM9CCeNqr5ANSBMWYKj8nBq1rQyueKJJCo8EFCwS0UnVz_aDJFqup_dIB2OTwpS1n-2-RAIRPCOQe80Y2YntTa-vbrm_DDSfkI-zXGonQ/w295-h400/Lampi%C3%A3o%20sonho%203.jpg" style="border: none; position: relative;" width="295" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;">Conversa de cangaceiras<br />Xilogravura de Lucélia Borges</td></tr></tbody></table><p></p><p style="text-align: justify;"></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 24px;"><span style="font-size: large;"><b>"</b></span></span><span style="font-size: 12pt; line-height: 24px;">Quando iniciamos a pesquisa que redundaria neste livro, sabíamos do tamanho do desafio e das dificuldades que nos esperavam. Afinal de contas, escrever sobre Lampião significa revisitar não apenas a sua história, mas de muitos outras personagens, unidos por uma teia de tragédias urdidas em tramas violentas encenadas no cenário inóspito do sertão nordestino. A mais importante, por razões óbvias, é Maria Gomes de Oliveira, a Maria de Déa, que a posteridade rebatizaria como Maria Bonita. E foi a partir dela, ou melhor, de seu núcleo familiar, apresentando o cenário da fazenda Malhada da Caiçara no sertão da Bahia, que resolvemos começar nossa jornada. Trata-se, afinal, não de um retrato fiel, mas de uma reinterpretação, com matizes ficcionais, da trajetória de Virgulino Ferreira da Silva, o temível Lampião, que o poeta cordelista José Pacheco da Rocha, exagerando, mas não mentindo, dizia ser “assombro do mundo inteiro”. Esses matizes podem ser percebidos principalmente nos diálogos, culminando com o tema do título, o sonho do cangaceiro, que apresenta uma encruzilhada narrativa, tentando imaginar o que seria a vida de Lampião e, consequentemente, a de Maria de Déa, se ele não tivesse sido acusado e perseguido por José de Saturnino, entrando para o cangaço e arrastando consigo parte de sua família.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-bottom: 0.5em; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 4px; position: relative;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiEoCBEq6k8UrvAXaZNCdrTUbsz29GycDX3N8-enaFeO4e9BxRQJh3ns3zPd87XSnlshAXKcb30sXPATemasS9kgyh9PY77bG-weTJuz6_P8uomEsF_lGBkEZ6ewlWueXJ8sIzKsL2eZ8j67paNIFl44vkFELbxuLXxmxt-20uiTW_AMuTV276aiY4zA/s1153/Lampi%C3%A3o%203.jpg" style="color: #d18340; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="1153" data-original-width="822" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiEoCBEq6k8UrvAXaZNCdrTUbsz29GycDX3N8-enaFeO4e9BxRQJh3ns3zPd87XSnlshAXKcb30sXPATemasS9kgyh9PY77bG-weTJuz6_P8uomEsF_lGBkEZ6ewlWueXJ8sIzKsL2eZ8j67paNIFl44vkFELbxuLXxmxt-20uiTW_AMuTV276aiY4zA/w285-h400/Lampi%C3%A3o%203.jpg" style="border: none; position: relative;" width="285" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;">Maria de Déa<br />Xilogravura de Lucélia Borges</td></tr></tbody></table><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 24px;">A ideia, quase uma fanfic, discute o fatalismo vivo nas crenças populares, reforçado nos discursos de cangaceiros e volantes, que, por vezes, serve para justificar as mazelas sociais e as seculares injustiças. Algumas perguntas não precisam ser respondidas, mas devem ser marteladas, pois, se não levam a um consenso, ajudam a enxergar melhor uma história que passa longe de ser unidimensional. “Lampião, escreve Eric Hobsbawn, foi e ainda é um herói para o seu povo, mas um herói ambíguo”. Mais que ambíguo, contraditório, daí as muitas interpretações conflitantes, versões desencontradas e perfis que ora focalizam o homem, ora o mito.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 24px;"></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-bottom: 0.5em; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 4px; position: relative;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_dIz6Sg_pzGwbZ_a-g7-7jnbYDM5biwF8W6VWWmSADsAs_KmQu-_xIUKxbuNnI6HsUduvLiEftkwNnrU3WT2aVaxitjCt4cfr2hosrHGrOR2axZq_4zYyzxIjvgLJ8wQdWs8xaNN8QAwVvw1PpofWl2w1Okw9zYw1qNXwlKzPa1vfjC2J7lN4lmVwtg/s1169/Corisco%20e%20Dad%C3%A1.jpg" style="color: #d18340; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="1169" data-original-width="798" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_dIz6Sg_pzGwbZ_a-g7-7jnbYDM5biwF8W6VWWmSADsAs_KmQu-_xIUKxbuNnI6HsUduvLiEftkwNnrU3WT2aVaxitjCt4cfr2hosrHGrOR2axZq_4zYyzxIjvgLJ8wQdWs8xaNN8QAwVvw1PpofWl2w1Okw9zYw1qNXwlKzPa1vfjC2J7lN4lmVwtg/w273-h400/Corisco%20e%20Dad%C3%A1.jpg" style="border: none; position: relative;" width="273" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;">Corisco, Dadá e Zé Rufino<br />Xilogravura de Lucélia Borges</td></tr></tbody></table><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 24px; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 24px;">O cangaço, sabemos, não teve início com Lampião, e a nossa história mostra, inclusive, que seu ingresso ocorreu, depois de algumas refregas com José de Saturnino, com a sua acolhida pelo bando de Sinhô Pereira. O Nordeste ainda não havia se esquecido de Antônio Silvino, alcunha de Manuel Batista de Moraes, cangaceiro nascido na Serra da Colônia, Pernambuco, mitificado em romances versados pelos poetas Francisco das Chagas Batista e Leandro Gomes de Barros. Silvino, depois do assassinato de seu pai, Pedro Batista de Morais, e da apropriação de terras de sua família, pela companhia inglesa Great Western, para construção de uma estrada de ferro, depois de liderar por dezoito anos um bando armado, acabou sendo preso em 1916; permaneceu na casa de detenção do Recife até 1937, quando foi indultado pelo presidente Getúlio Vargas. Antes de Antônio Silvino, a história registra os nomes de Adolfo Meia-Noite, Rio Preto, Jesuíno Brilhante e Lucas de Feira, entre outros.</span><span style="line-height: 24px;"><span style="font-size: large;"><b>"</b></span><span style="font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></span></p><div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-bottom: 0.5em; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 4px; position: relative;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuAvnDQl2iE_N1kTmrh7ERPTdvDpXpgWd31BoNkTYJ_ZnJ_938BFJKmg20hoxOu3VDH662iYyZoiS29nw5KhXdseOZEeuLve27Pj0BL4AaOQAeZwrQj-0HLS-tKAj7B_PWywh9Ov4kpyURZ6ivMxOpPgpIhaeU3jAA5CZt8Yvui28nxHwp-6aRA3dLJA/s1107/Lampi%C3%A3o%20Benjamin%20e%20Padre%20C%C3%ADcero.jpg" style="color: #d18340; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="1107" data-original-width="821" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuAvnDQl2iE_N1kTmrh7ERPTdvDpXpgWd31BoNkTYJ_ZnJ_938BFJKmg20hoxOu3VDH662iYyZoiS29nw5KhXdseOZEeuLve27Pj0BL4AaOQAeZwrQj-0HLS-tKAj7B_PWywh9Ov4kpyURZ6ivMxOpPgpIhaeU3jAA5CZt8Yvui28nxHwp-6aRA3dLJA/w296-h400/Lampi%C3%A3o%20Benjamin%20e%20Padre%20C%C3%ADcero.jpg" style="border: none; position: relative;" width="296" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;">Lampião, Benjamin e Padre Cícero<br />Xilogravura de Lucélia Borges</td></tr></tbody></table><br /><span style="color: #444444; font-family: inherit;"><br clear="all" /></span><div id="ftn1"><span style="color: #444444; font-family: inherit;">Para adquirir a obra, clique <a href="https://www.cirandacultural.com.br/produto/o-sonho-de-lampiao-74278" style="color: #d18340; text-decoration-line: none;">AQUI</a> e <a href="https://www.amazon.com.br/Sonho-Lampi%C3%A3o-Pen%C3%A9lope-Martins/dp/6555528028/ref=sr_1_4?qid=1671578262&refinements=p_27%3APen%C3%A9lope+Martins&s=books&sr=1-4" style="color: #d18340; text-decoration-line: none;">AQUI</a>. </span></div></div></div>cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-65545251568255134682022-11-12T17:00:00.001-08:002022-11-12T17:00:28.087-08:00Lançamento: Contos Encantados do Brasil<p><br /></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVF-eS3SndDj3etyu4tUBBr8fMQRepcW7CGFrYKvk_Q9RodZjMAv0t4saRNz8vgUOtBDwIUiJbUgLLfFHE_GdGcYZk3JTqXq3TH-t6vQ70L_FOXjofAikno-Hta9n1KMB480E6v6NrZOem8OQqrzK9bJgFs2OSztLh0BNt97TRPV-g6as_evTpK1sXSA/s1600/Contos%20encantados%20capa%201.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><i><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1226" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVF-eS3SndDj3etyu4tUBBr8fMQRepcW7CGFrYKvk_Q9RodZjMAv0t4saRNz8vgUOtBDwIUiJbUgLLfFHE_GdGcYZk3JTqXq3TH-t6vQ70L_FOXjofAikno-Hta9n1KMB480E6v6NrZOem8OQqrzK9bJgFs2OSztLh0BNt97TRPV-g6as_evTpK1sXSA/w490-h640/Contos%20encantados%20capa%201.jpeg" width="490" /></i></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><i>Contos Encantados do Brasil</i>, uma viagem ao Brasil profundo<br />por meio dos contos populares. </span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><span style="color: #444444;">Acaba de sair, com o selo da Aletria, editora mineira sob a coordenação de Rosana Mont'Alverne, o livro <i>Contos Encantados do Brasil</i>, reunião de contos de tradição oral, recolhidos por Marco Haurélio e ilustrados, com xilogravuras, por Lucélia Borges. A obra inova por trazer duas opções de capa assinadas por </span></span><span style="text-align: left;"><span style="color: #444444;">Caroline Gischewski, responsável pelo projeto gráfico, a partir de xilogravura de Lucélia Borges.</span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><span style="color: #444444;">Abaixo, compilamos trechos do prefácio escrito pelo autor:</span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Se perguntarmos a alguém por que faz determinado gesto, ele poderá não saber o motivo, e talvez responda que o faz “inconscientemente” ou aprendeu com outra pessoa… que aprendeu com outra pessoa, que aprendeu com outra… De forma semelhante, os contos ditos tradicionais se propagam. Ouvimos, repetimos, lembramos, esquecemos, ampliamos, reduzimos. Contamos. E, quando contamos, trazemos para junto de nós, para o nosso círculo <i>familiar, </i>narradores e mais narradores que, ao longo de séculos, milênios talvez, garantiram que as histórias não se perdessem. A trajetória dos contos populares, com destaque para sua incrível capacidade de adaptação, tem suscitado acalorados debates e fomentado o surgimento de algumas escolas, cuja sobrevivência dependeu sempre mais do poder de argumentação de seus membros do que da sua capacidade de, efetivamente, comprovar os seus postulados. Não é nosso propósito aqui enumerar as escolas do Folclore, nomear seus membros ou exumar as suas doutrinas. Importa-nos, por enquanto, tão somente, chamar a atenção para o conto popular, objeto do presente trabalho, uma recolha abrangente, compreendendo um significativo número de versões, que vão desde os contos mais complexos, como o de cunho maravilhoso, aos aparentemente mais simples, e, quando escrevo “mais simples”, refiro-me a questões puramente formais, já que, na contística popular, toda pedra é preciosa. Mesmo o que não reluz é ouro.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrqbDWg7Trb_V0olIQeqmwL-bxT5UhwA_ZXcCIOn46tSon0600jCFG3jZOomuGZ45ZJPVg7Wy60qS4rW5xClcV_31MiATK28RKGHFkW_rkRoybbatLqhXQQ76UG14IZX8bV2orNtnZpBRXVMsLC-7ve36z995fBrhMaTwkXO39emAr2HZuwS6TD7XWRw/s1600/Contos%20encantados%202.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1224" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrqbDWg7Trb_V0olIQeqmwL-bxT5UhwA_ZXcCIOn46tSon0600jCFG3jZOomuGZ45ZJPVg7Wy60qS4rW5xClcV_31MiATK28RKGHFkW_rkRoybbatLqhXQQ76UG14IZX8bV2orNtnZpBRXVMsLC-7ve36z995fBrhMaTwkXO39emAr2HZuwS6TD7XWRw/w490-h640/Contos%20encantados%202.jpeg" width="490" /></a></div><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;"><br /></span><p></p><p></p><div><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">O conto popular, também chamado estória (ou história) de Trancoso, da Carochinha, é uma das mais antigas formas de expressão verbal, contemporâneo dos primeiros grupos humanos, irmão do mito, com o qual se confunde, ainda que este se apoie num “ato de crença, de crença em seu objeto, sem o que perde sua base”.1 Irmanado ainda à lenda e à fábula, alimento intelectual de todos os povos, de todas as épocas, o conto preserva, quase sempre de forma cifrada, informações sobre hábitos, usos, costumes, provérbios, crenças, estatutos de épocas as mais diversas, abarcando, praticamente, em sua amplitude temática, todos os assuntos relativos à ciência do Folclore; constitui-se, porém, em parte inseparável do todo, “como a mão com relação ao corpo ou a folha com relação à árvore”. Difere da lenda e do mito por sua <i>universalidade</i>, e com isso não queremos dizer que todos os contos alcançam todos os cantos, e, sim, que, aonde chegam, recebem melhor acolhida graças à sua poderosa capacidade de adaptação.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNSlCyIJbG3wByIsGEWq-w5IiBWaoiw2C-BFMZ5kSgkk7GjDqvJs1OK2MlNPCP16l17kuKbjL2_r7tEJtAmbTJsy0_hrJHAkyL5iix4PMlco6V_joQZIT_HV_Zil8WrP2WmwR9_vB9urqvY95fabQG6K7W90a0xGnmfF64bU_a1Z-K-HsehbINvthoMw/s1905/Contos%20encantados%20Canivet%C3%A3o.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1905" data-original-width="1277" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNSlCyIJbG3wByIsGEWq-w5IiBWaoiw2C-BFMZ5kSgkk7GjDqvJs1OK2MlNPCP16l17kuKbjL2_r7tEJtAmbTJsy0_hrJHAkyL5iix4PMlco6V_joQZIT_HV_Zil8WrP2WmwR9_vB9urqvY95fabQG6K7W90a0xGnmfF64bU_a1Z-K-HsehbINvthoMw/w430-h640/Contos%20encantados%20Canivet%C3%A3o.jpg" width="430" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">"Canivetão". Xilogravura de Lucélia Borges. </span></td></tr></tbody></table><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">A maior parte dos contos maravilhosos difundiu-se por uma vasta área geográfica que vai da Índia à Irlanda, ampliada, depois, pelo processo colonizador. Chegaram ao Brasil, certamente, com as primeiras levas de colonos portugueses e, misturados às narrativas ameríndias, nas quais predominava o fantástico, e às histórias trazidas das Áfricas, ganharam novo colorido no Nordeste primeiramente, mormente nos sertões povoados de assombros milenares. No conto, nada é novo e nada é velho. As transformações atendem a uma dinâmica muito particular que envolve questões externas, como a influência do ambiente e dos costumes e crenças, e internas, estas atinentes às dimensões alegórica e simbólica.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Nas versões sertanejas do conto da Cinderela, a moça não vai ao baile no palácio do príncipe, mas à missa, realiza tarefas típicas do sertão de outrora, como adicionar água aos potes ou alimentar os animais das velhas que a auxiliarão doravante. Os motivos essenciais do conto, no entanto, pouco mudam, qualquer que seja a época ou o lugar. O sapato que possibilita o casamento de Cinderela com o príncipe, por exemplo, é um tema que pode ser rastreado em milhares de versões. Era parte de um rito matrimonial introduzido no Egito, provavelmente durante o domínio persa, nutrindo a lenda de Ródope, a cortesã grega que vem a desposar o faraó. É o que nos conta Heródoto: uma águia arrebata o sapato da nossa heroína e o deixa cair sobre o faraó, fazendo com que o soberano do Egito envide todos os seus esforços para </span><span style="font-size: 12pt;">encontrar a dona do tal calçado que tanto o fascinara (</span><i style="font-size: 12pt;">História</i><span style="font-size: 12pt;">, tomo II, XCVIII). O teste de casamento, por meio do experimento do calçado, era, segundo informação de Luís da Câmara Cascudo, “ainda popular na Alemanha do século XVI”, aproximadamente trezentos anos antes de os Irmãos Grimm registrarem a versão mais famosa da história.</span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv5r5SgJjA70EdTtpqXPcKDDbXP5GYAlOAecZ9eMj_JK8t1DjMU4E8WTI2unJUOeyLNZdtpcyCNRdJXh1bj41dc1dTol-Fph-8mkDBUot2K1yFz8CHTyBa3A3Tz7RMNXR6W1cJ1aBIJuni_5ajTUJiI6KkXQ6tbRyyEbVTKQ6_flte5M3NhJJSLsxRfQ/s1905/Contos%20encantados%20Cara%20de%20Pau.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1905" data-original-width="1277" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv5r5SgJjA70EdTtpqXPcKDDbXP5GYAlOAecZ9eMj_JK8t1DjMU4E8WTI2unJUOeyLNZdtpcyCNRdJXh1bj41dc1dTol-Fph-8mkDBUot2K1yFz8CHTyBa3A3Tz7RMNXR6W1cJ1aBIJuni_5ajTUJiI6KkXQ6tbRyyEbVTKQ6_flte5M3NhJJSLsxRfQ/w430-h640/Contos%20encantados%20Cara%20de%20Pau.jpg" width="430" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">"A princesa da Cara de Pau", versão brasileira de "Pele de Asno".<br />Xilogravura de Lucélia Borges</span></td></tr></tbody></table><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Todos os contos reunidos neste livro foram colhidos diretamente da fonte da memória, isto é, foram ouvidos, anotados e fixados, mantendo-se sua estrutura básica e conservando, quase sempre, as marcas da oralidade. Os narradores, guardiães da tradição, são identificados ao final de cada história. Um deles, o senhor José Marques de Sousa, apelidado carinhosamente de Zé Cabeça, falecido em 2019, por ocasião da coleta das histórias, em 2015, afirmou ter 107 anos de idade. Além de <i>Bela</i> <i>Inês e a Moura Torta </i>e <i>Panela, colher e chicote</i>, narrou outros contos, publicados no livro <i>Vozes da tradição</i>. Três histórias (<i>Branca Flor, Bestore e a princesa </i>e <i>Maria</i> <i>Borralheira</i>) foram publicadas originalmente no livro <i>O Príncipe Teiú e outros contos brasileiros</i>, de circulação muito restrita.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">No tangente à divisão, optamos pelo Sistema ATU (Aarne-Thompson-Uther), adotado em outras publicações nossas, com uma única alteração: começamos pelos contos maravilhosos, ou de encantamento, mais numerosos, e não pelos contos de animais, como seria de se esperar, por se tratar de uma tabela alfanumérica. Contamos, como sempre, com o apoio dos professores Paulo Correia e José Joaquim Dias Marques, do Centro de Estudos Ataíde Oliveira (CEAO), da Universidade do Algarve, Faro, Portugal.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1Y7MKrgztwCmiPkCAzMDITvKNBMHC3CRXsHYisudPTjASg13_LwV70SyrJU-R3cQs3-mA3q3NwvGTCMD96KuLVLapRPVZjWt94SNalFZXavDKurOVUZr2ZF4c5qTZQL_BXjR9VJSkjly-ja-_AY5iRjnfmFH2vyU1VIsF_sqNjAQPt6-WtEfH1pZZHw/s1887/Maria%20das%20cobrinhas.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1887" data-original-width="1282" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1Y7MKrgztwCmiPkCAzMDITvKNBMHC3CRXsHYisudPTjASg13_LwV70SyrJU-R3cQs3-mA3q3NwvGTCMD96KuLVLapRPVZjWt94SNalFZXavDKurOVUZr2ZF4c5qTZQL_BXjR9VJSkjly-ja-_AY5iRjnfmFH2vyU1VIsF_sqNjAQPt6-WtEfH1pZZHw/w434-h640/Maria%20das%20cobrinhas.jpg" width="434" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">"Maria da Cobrinha". Xilogravura de Lucélia Borges.</span></td></tr></tbody></table><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Recolhidos, em sua maioria, no sertão baiano, universais nos motivos e temática, nacionais nas cores, sotaques, variantes linguísticas e no colorido da flora e fauna, os nossos contos comprovam o que foi dito pelo grande escritor mineiro João Guimarães Rosa, que também bebeu na fonte da tradição: “O sertão é o mundo.” <i>Mundo </i>que vira mar, como previu o beato Antônio Conselheiro, mar de histórias, água de vertente que, teimosa, ainda cisma em correr.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 17.12px;">Italo Calvino, no posfácio ao <i>Pentameron</i>, em 1974, afirma que “el mundo de las fábulas és um mundo matinal”, e, no caso de Basile, manifesta-se sempre com uma metáfora distinta. Na nossa coletânea, alvoradas e crepúsculos se alternam em muitas narrativas, mas a mensagem, implícita, é a de que as histórias sempre vêm à luz. Basta que tomemos assento e abramos o coração e os ouvidos, para que a jornada comece. Ou recomece, quando, a cada escuta, espaço e tempo se transfiguram e podemos contemplar, embevecidos, as cores de um entardecer que jamais deixou de ser manhã.<o:p></o:p></span></p><b>MAIS INFORMAÇÕES:</b></div><div><br /></div><div><p class="MsoNormal">Título original: <i>Contos Encantados do Brasil</i><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">2022, 1ª edição<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">337 páginas, 13,5 x 20,5 cm<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">ISBN: 9786586881851<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Autor: Marco Haurélio<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Ilustrações: Lucélia Borges<o:p></o:p></p><br /></div><div>Para adquirir a obra, clique <a href="https://www.aletria.com.br/contos-encantados-do-brasil" target="_blank">AQUI</a> ou <a href="https://www.amazon.com.br/CONTOS-ENCANTADOS-BRASIL-MARCO-HAUR%C3%89LIO/dp/6586881854/ref=sr_1_3?qid=1666825156&refinements=p_27%3AMarco+Haur%C3%A9lio&s=books&sr=1-3" target="_blank">AQUI</a>. </div><div><br /></div><div>Fonte: Cordel Atemporal. </div></div>cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-88662838504283973242021-02-09T05:58:00.001-08:002021-02-09T05:58:24.010-08:00Grupo de estudos: Mitologia e contos de fadas<p style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"> <b style="color: #474747; font-size: 16px; text-align: center;"> DO MITO AO CONTO, DO CONTO AO MITO: UMA JORNADA POÉTICA</b></span></p><div class="separator" style="background-color: white; clear: both; color: #474747; font-size: 16px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwyExKjh1IN_EYcGjqa8Mdc4oUJpcGeBOIhk6v5fFQ3Qpshs2-JpE-tWYeisXQO2TL8h8DbDep_4vFKwKJcQe2s7wM0Pyz8tIbjAR1rugmK1p7L012I3dv1ApcidDiu4EKtMuqgpCQHs6C/s599/Casa+Tombada+2.jpg" style="color: #d18340; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-decoration-line: none;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" data-original-height="599" data-original-width="599" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwyExKjh1IN_EYcGjqa8Mdc4oUJpcGeBOIhk6v5fFQ3Qpshs2-JpE-tWYeisXQO2TL8h8DbDep_4vFKwKJcQe2s7wM0Pyz8tIbjAR1rugmK1p7L012I3dv1ApcidDiu4EKtMuqgpCQHs6C/w400-h400/Casa+Tombada+2.jpg" style="border: none; position: relative;" width="400" /></span></a></div><div class="separator" style="background-color: white; clear: both; color: #474747; font-size: 16px; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div class="separator" style="background-color: white; clear: both; color: #474747; font-size: 16px; text-align: center;"><b><span style="font-family: inherit;"><br /></span></b></div><div class="separator" style="background-color: white; clear: both; color: #474747; font-size: 16px; text-align: center;"><b><span style="font-family: inherit;">SOBRE O CURSO </span></b></div><p style="background-color: white; color: #474747; font-size: 16px;"></p><div class="vc_row wpb_row vc_row-fluid" id="vc_row-601c69572fbe8" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #5f727f; font-size: 16px; margin-bottom: 1.1em; margin-left: -21px; margin-right: -21px;"><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Onde começa o conto e termina o mito? Essa pergunta, ouvida em muitas ocasiões, sempre que respondida, deixa mais dúvidas que certezas. Afinal de contas, as jornadas aventurosas de Perseu, Gilgamesh, Hércules e Percival podem ser enquadradas em qual gênero? O que tem em comum a Brunhilde das sagas nórdicas com Briar Rose (a Bela Adormecida) dos contos de fadas? Por que o ciclo da Távola Redonda, ainda que calcados em aventuras, galantes ou tenebrosas, vividas por heróis lendários, traz tantas personagens femininas de destaque? Quem foi, afinal, Morgana Le Fay, quase sempre identificada ao mal e à dissolução da Távola Redonda? O que tem Deméter em comum com “a princesa que não sorria” dos contos maravilhosos e novelescos? Quais são os contos populares registrados pela antiga literatura do Egito e da Mesopotâmia? Bem, ficam as perguntas no ar à guisa de convite para uma imersão no universo das narrativas míticas que vivem para sempre em muitas estantes e nos nossos sonhos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Percurso do grupo</b><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Primeiro encontro (24/2):</b> Gilgamesh, Perseu e Percival: as três faces do herói.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Segundo encontro (31/3):</b> Deméter e o mito da terra devastada. E por que rir sempre foi o melhor remédio?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Terceiro encontro (28/4): </b>Na corte do Rei Artur: Merlin e Viviane – Guinevere e Lancelot – O cavaleiro verde.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Quarto encontro (26/5):</b> Lilith, Hécate e Medeia: o lado sombrio do eterno feminino.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>Quinto encontro (30/6):</b> Deuses da luz e das trevas: da mitologia aos quadrinhos e ao cinema.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"> <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><b>SUGESTÕES DE LEITURA</b><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">ALCOFORADO, Doralice.<i> Belas e feras baianas</i>. Salvador: SECULT, 2008.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">BETTELHEIM, Bruno. <i>A psicanálise dos contos de fadas</i>. Tradução de Arlene Caetano. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">BRUNEL, Pierre (org.). <i>Dicionário de mitos literários</i>. Editora da UnB, José Olympio Editora, 1998.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">CALVINO, Ítalo. <i>Fábulas italianas</i>. Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">CAMPBELL, Joseph. <i>O herói de mil faces</i>. Tradução de Adail Ubirajara Sobral. São Paulo: Pensamento, 1989.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">_____________. <i>Deusas: Os mistérios do divino feminino</i>. São Paulo: Palas Athena, 2016.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">CARDIGOS, Isabel; CORREIA, Paulo. <i>Catálogo dos Contos Tradicionais </i>Portugueses (Com as versões análogas dos países lusófonos). CEAO da Universidade do Algarve / Edições Afrontamento: Portugal, 2015.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">CASCUDO, Luís da Câmara. <i>Contos tradicionais do Brasil</i>. 13. ed. São Paulo: Global, 2004.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">COELHO, Adolfo. <i>Contos populares portugueses</i>. Portugal: Compendium, 1996.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">ELIADE, Mircea. <i>O mito do eterno retorno</i>. Tradução de Mnuela Torres. Lisboa: Edições 70, sd.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">FERREIRA, Jerusa Pires. <i>Armadilhas da memória </i>(conto e poesia popular). Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado, 1991.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">FRANZ, Marie-Louise von. <i>A sombra e o mal nos contos de fadas</i>. Tradução de Maria Cristina Penteado Kujawski. São Paulo: Paulinas, 1985.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">FROBENIUS, Leo; FOX, Douglas C. <i>A gênese africana</i>. Tradução de Dinah de Abreu Azevedo. São Paulo: Landy, 2005.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">GUIMARÃES, Ruth. <i>Calidoscópio: a saga de Pedro Malasartes. </i>São José dos Campos: JAC Editora, 2006.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">GIMBUTAS, Marija. <i>The Language of the Goddesses</i>. San Francisco (EUA): Harper & Row, Publishers, 1995.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">HAURÉLIO, Marco. <i>Contos e fábulas do Brasil</i>. Classificação e notas: Paulo Correia. São Paulo: Nova Alexandria, 2011.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">_____________. <i>Contos folclóricos brasileiros</i>. Classificação e notas: Paulo Correia. São Paulo: Paulus, 2010.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">_____________. <i>O príncipe Teiú e outros contos brasileiros</i>. São Paulo: Aquariana, 2012.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">_____________, Wilson Marques. <i>Contos e Lendas da Terra do Sol.</i> São Paulo: Paulus, 2019.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">_____________. <i>Vozes da tradição</i>. Colaboração: Lucélia Borges. Fortaleza: IMEPH, 2018.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">KIRK, G. S. <i>The nature of greek myths</i>. EUA: Penguin Books, 1985.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">LEEMING, David. <i>Do Olimpo a Camelot. Um Panorama da Mitologia Europeia.</i>Readução de Vera Ribeiro. São Paulo: Zahar, 2004.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">MEREGE, Ana Lúcia. <i>Os contos de fada – origem, história e permanência no mundo moderno</i>. São Paulo: Claridade, 2010.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">MÜLLER, Max. <i>Mitologia comparada</i>. Barcelona: Vision Libros, sd.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">NASCIMENTO, Bráulio do. <i>Estudos sobre o conto popular</i>. São Paulo: Terceira Margem, 2009.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">PIMENTEL, Altimar. <i>Estórias de Luzia Teresa</i> (Três volumes). Brasília: Thesaurus, 1995.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">PROPP, Vladimir. <i>As raízes históricas do conto maravilhoso</i>. 2. ed. Tradução de Rosemary Costhek Abílio. São Paulo: Martins Fontes, 2002.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">_____________. <i>Édipo à luz do folclore</i>. Tradução de António da Silva Lopes. Lisboa: Editorial Veja, sd.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">ROMERO, Sílvio. <i>Contos populares do Brasil</i>. Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: Edusp, 1985.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">VERNANT, Jean-Pierre. <i>O universo, os deuses e os homens</i>. Tradução de Rosa freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.<o:p></o:p></span></p><div class="vc_separator wpb_content_element vc_separator_align_center vc_sep_width_100 vc_sep_pos_align_center vc_sep_color_grey vc_separator-has-text" style="-webkit-box-align: center; -webkit-box-direction: normal; -webkit-box-orient: horizontal; align-items: center; box-sizing: border-box; display: flex; flex-flow: row nowrap; margin-bottom: 1.1em; margin-left: auto; margin-right: auto; width: 765.979px;"><h3 style="box-sizing: border-box; color: #3c3950; font-size: 34px; font-weight: 300; letter-spacing: 0.05em; line-height: 42px; margin: 1.13em 0px; padding: 0px 0.7em; position: relative;"><span style="font-family: inherit;">Quem é o professor</span></h3><span class="vc_sep_holder vc_sep_holder_r" style="-webkit-box-flex: 1; box-sizing: border-box; flex: 1 1 auto; height: 1px; min-width: 10%; padding: 0px 0.7em; position: relative;"><span class="vc_sep_line" style="border-color: rgb(235, 235, 235); border-top-style: solid; border-top-width: 1px; box-sizing: border-box; display: block; height: 1px; position: relative; top: 1px; width: 179.062px;"></span></span></div><div class="vc_row wpb_row vc_inner vc_row-fluid" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; margin-left: -21px; margin-right: -21px;"><div class="wpb_column vc_column_container vc_col-sm-3" style="box-sizing: border-box; float: left; min-height: 1px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; position: relative; width: 201.979px;"><div class="vc_column-inner" style="box-sizing: border-box; padding-left: 21px; padding-right: 21px; width: 201.979px;"><div class="wpb_wrapper" style="box-sizing: border-box;"><div class="wpb_single_image wpb_content_element vc_align_center" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 1.1em; margin-top: 0px; text-align: center;"><figure class="wpb_wrapper vc_figure" style="box-sizing: border-box; display: inline-block; margin: 0px; max-width: 100%; vertical-align: top;"><div class="vc_single_image-wrapper vc_box_border_circle vc_box_border_grey" style="background-color: #ebebeb; border-radius: 50%; border: none; box-shadow: none; box-sizing: border-box; display: inline-block; margin-top: 0px; max-width: 100%; overflow: hidden; padding: 6px; vertical-align: top;"><span style="font-family: inherit;"><img alt="marcohaurelio" class="vc_single_image-img" height="700" src="https://acasatombada.com.br/wp-content/uploads/2018/12/marcohaurelio-700x700.jpg" style="border-radius: 50%; border: none; box-shadow: none; box-sizing: border-box; height: auto; max-width: 100%; overflow: hidden; vertical-align: top;" title="marcohaurelio" width="700" /></span></div></figure></div></div></div></div><div class="wpb_column vc_column_container vc_col-sm-9" style="box-sizing: border-box; float: left; min-height: 1px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; position: relative; width: 605.979px;"><div class="vc_column-inner" style="box-sizing: border-box; padding-left: 21px; padding-right: 21px; width: 605.979px;"><div class="wpb_wrapper" style="box-sizing: border-box;"><div class="wpb_text_column wpb_content_element" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 1.1em; margin-top: 0px;"><div class="wpb_wrapper" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><p style="box-sizing: border-box; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><strong style="box-sizing: border-box;">Marco Haurélio</strong>, escritor, professor e divulgador da literatura de cordel, tem mais de 40 títulos publicados, a maior parte dedicada a este gênero que conheceu na infância, passada na Ponta da Serra, sertão baiano, onde nasceu. Vários de seus livros foram selecionados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) para o Catálogo da Feira do Livro Bolonha. Finalista do Prêmio Jabuti, suas obras receberam distinções como o selo Altamente Recomendável, da FNLIJ, e o selo Seleção Cátedra-UNESCO (PUC-Rio). Em sua bibliografia destacam-se as obras <em style="box-sizing: border-box;">Contos folclóricos brasileiros</em>, <em style="box-sizing: border-box;">A lenda do Saci-Pererê</em>, <em style="box-sizing: border-box;">Meus romances de cordel</em>, <em style="box-sizing: border-box;">Lá detrás daquela serra</em>, <em style="box-sizing: border-box;">O encontro da cidade criança com o sertão menino</em>, <em style="box-sizing: border-box;">Tristão e Isolda em Cordel</em>, <em style="box-sizing: border-box;">A jornada heroica de Maria </em>e <em style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;">Contos e fábulas do Brasil</em>. Ministra cursos sobre cordel e contos tradicionais em espaços os mais diversos.</span></p><p style="box-sizing: border-box; margin: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></p><div class="wpb_text_column wpb_content_element" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 1.1em;"><div class="wpb_wrapper" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><h5 style="box-sizing: border-box; color: #3c3950; font-size: 19px; letter-spacing: 0.05em; line-height: 30px; margin: 0px 0px 0.5em; text-align: center;"><strong style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><span style="font-family: inherit;">Quando</span></strong></h5><div style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px; text-align: center;"><p style="box-sizing: border-box; margin: 0px;"><span style="font-family: inherit;">Dias 24/2; 31/3; 28/4; 26/5 e 30/6 (às quartas-feiras)<br style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;" />Das 19h30 às 21h30</span></p></div></div></div><div class="clearboth" style="box-sizing: border-box; clear: both; font-size: 0px; height: 0px; line-height: 0;"></div><div class="gem-divider" style="border-top: 1px solid transparent; box-sizing: border-box; font-size: 0px; height: 0px; line-height: 0; margin-top: 30px; position: relative;"></div><div class="centered-box" style="box-sizing: border-box; text-align: center;"><div class="gem-icon gem-icon-pack-elegant gem-icon-size-small gem-icon-shape-square gem-simple-icon" style="border-radius: 0px; border: 3px none; box-sizing: border-box; color: #91a0ac; display: inline-block; font-size: 24px; height: 24px; line-height: 24px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; opacity: 1; position: relative; vertical-align: middle; width: 24px;"><div class="gem-icon-inner" style="border-radius: 0px; box-sizing: border-box; height: 24px; line-height: inherit; margin: -1px; position: relative; width: 24px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="gem-icon-half-1" style="box-sizing: border-box; color: #b10f2e; float: left; height: 24px; margin-left: -12px; overflow: hidden; width: 24px;"><span class="back-angle" style="box-sizing: border-box; display: block; height: 24px; position: relative; width: 48px;"></span></span><span class="gem-icon-half-2" style="box-sizing: border-box; color: #b10f2e; float: left; height: 24px; margin-right: -12px; overflow: hidden; width: 24px;"><span class="back-angle" style="box-sizing: border-box; display: block; height: 24px; left: -24px; position: relative; width: 48px;"></span></span></span></div></div></div><div class="wpb_text_column wpb_content_element" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 1.1em;"><div class="wpb_wrapper" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><h5 style="box-sizing: border-box; color: #3c3950; font-size: 19px; letter-spacing: 0.05em; line-height: 30px; margin: 0px 0px 0.5em; text-align: center;"><strong style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><span style="font-family: inherit;">Onde </span></strong></h5><p style="box-sizing: border-box; margin: 0px; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">Online<br style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;" />As informações de acesso serão disponibilizadas por e-mail.</span></p></div></div><div class="clearboth" style="box-sizing: border-box; clear: both; font-size: 0px; height: 0px; line-height: 0;"></div><div class="gem-divider" style="border-top: 1px solid transparent; box-sizing: border-box; font-size: 0px; height: 0px; line-height: 0; margin-top: 30px; position: relative;"></div><div class="centered-box" style="box-sizing: border-box; text-align: center;"><div class="gem-icon gem-icon-pack-elegant gem-icon-size-small gem-icon-shape-square gem-simple-icon" style="border-radius: 0px; border: 3px none; box-sizing: border-box; color: #91a0ac; display: inline-block; font-size: 24px; height: 24px; line-height: 24px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; opacity: 1; position: relative; vertical-align: middle; width: 24px;"><div class="gem-icon-inner" style="border-radius: 0px; box-sizing: border-box; height: 24px; line-height: inherit; margin: -1px; position: relative; width: 24px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="gem-icon-half-1" style="box-sizing: border-box; color: #b10f2e; float: left; height: 24px; margin-left: -12px; overflow: hidden; width: 24px;"><span class="back-angle" style="box-sizing: border-box; display: block; height: 24px; position: relative; width: 48px;"></span></span><span class="gem-icon-half-2" style="box-sizing: border-box; color: #b10f2e; float: left; height: 24px; margin-right: -12px; overflow: hidden; width: 24px;"><span class="back-angle" style="box-sizing: border-box; display: block; height: 24px; left: -24px; position: relative; width: 48px;"></span></span></span></div></div></div><div class="wpb_text_column wpb_content_element" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 1.1em;"><div class="wpb_wrapper" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><h5 style="box-sizing: border-box; color: #3c3950; font-size: 19px; letter-spacing: 0.05em; line-height: 30px; margin: 0px 0px 0.5em; text-align: center;"><strong style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><span style="font-family: inherit;">Público</span></strong></h5><p style="box-sizing: border-box; margin: 0px; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">Geral</span></p></div></div><div class="clearboth" style="box-sizing: border-box; clear: both; font-size: 0px; height: 0px; line-height: 0;"></div><div class="gem-divider" style="border-top: 1px solid transparent; box-sizing: border-box; font-size: 0px; height: 0px; line-height: 0; margin-top: 30px; position: relative;"></div><div class="centered-box" style="box-sizing: border-box; text-align: center;"><div class="gem-icon gem-icon-pack-elegant gem-icon-size-small gem-icon-shape-square gem-simple-icon" style="border-radius: 0px; border: 3px none; box-sizing: border-box; color: #91a0ac; display: inline-block; font-size: 24px; height: 24px; line-height: 24px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; opacity: 1; position: relative; vertical-align: middle; width: 24px;"><div class="gem-icon-inner" style="border-radius: 0px; box-sizing: border-box; height: 24px; line-height: inherit; margin: -1px; position: relative; width: 24px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="gem-icon-half-1" style="box-sizing: border-box; color: #b10f2e; float: left; height: 24px; margin-left: -12px; overflow: hidden; width: 24px;"><span class="back-angle" style="box-sizing: border-box; display: block; height: 24px; position: relative; width: 48px;"></span></span><span class="gem-icon-half-2" style="box-sizing: border-box; color: #b10f2e; float: left; height: 24px; margin-right: -12px; overflow: hidden; width: 24px;"><span class="back-angle" style="box-sizing: border-box; display: block; height: 24px; left: -24px; position: relative; width: 48px;"></span></span></span></div></div></div><div class="wpb_text_column wpb_content_element" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 1.1em;"><div class="wpb_wrapper" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><h5 style="box-sizing: border-box; color: #3c3950; font-size: 19px; letter-spacing: 0.05em; line-height: 30px; margin: 0px 0px 0.5em; text-align: center;"><strong style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><span style="font-family: inherit;">Turma</span></strong></h5><p style="box-sizing: border-box; margin: 0px; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">30 pessoas</span></p></div></div><div class="clearboth" style="box-sizing: border-box; clear: both; font-size: 0px; height: 0px; line-height: 0;"></div><div class="gem-divider" style="border-top: 1px solid transparent; box-sizing: border-box; font-size: 0px; height: 0px; line-height: 0; margin-top: 30px; position: relative;"></div><div class="centered-box" style="box-sizing: border-box; text-align: center;"><div class="gem-icon gem-icon-pack-elegant gem-icon-size-small gem-icon-shape-square gem-simple-icon" style="border-radius: 0px; border: 3px none; box-sizing: border-box; color: #91a0ac; display: inline-block; font-size: 24px; height: 24px; line-height: 24px; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px; opacity: 1; position: relative; vertical-align: middle; width: 24px;"><div class="gem-icon-inner" style="border-radius: 0px; box-sizing: border-box; height: 24px; line-height: inherit; margin: -1px; position: relative; width: 24px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="gem-icon-half-1" style="box-sizing: border-box; color: #b10f2e; float: left; height: 24px; margin-left: -12px; overflow: hidden; width: 24px;"><span class="back-angle" style="box-sizing: border-box; display: block; height: 24px; position: relative; width: 48px;"></span></span><span class="gem-icon-half-2" style="box-sizing: border-box; color: #b10f2e; float: left; height: 24px; margin-right: -12px; overflow: hidden; width: 24px;"><span class="back-angle" style="box-sizing: border-box; display: block; height: 24px; left: -24px; position: relative; width: 48px;"></span></span></span></div></div></div><div class="wpb_text_column wpb_content_element" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 1.1em;"><div class="wpb_wrapper" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><h5 style="box-sizing: border-box; color: #3c3950; font-size: 19px; letter-spacing: 0.05em; line-height: 30px; margin: 0px 0px 0.5em; text-align: center;"><strong style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"><span style="font-family: inherit;">Investimento</span></strong></h5><p style="box-sizing: border-box; margin: 0px 0px 1.1em; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">R$ 250,00 (os cinco encontros)<br style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;" />R$ 60,00 (encontros avulsos, não é possível parcelar)</span></p><p style="box-sizing: border-box; margin: 0px 0px 1.1em; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">PagSeguro<br style="box-sizing: border-box;" />* em até 4X sem juros no <span class="il" style="box-sizing: border-box;">cartão</span> de crédito.<br style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;" />* 7% de desconto para pagamentos via boleto bancário.</span></p><p style="box-sizing: border-box; margin: 0px 0px 1.1em; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">PayPal<br style="box-sizing: border-box;" />* 7% de desconto no <span class="il" style="box-sizing: border-box;">cartão</span> de crédito (parcela única).<br style="box-sizing: border-box;" />* em até 6X sem juros no <span class="il" style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;">cartão</span> de crédito.</span></p><p style="box-sizing: border-box; margin: 0px 0px 1.1em; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">VOCÊ PRECISA ESPERAR A <span class="il" style="box-sizing: border-box;">DATA</span> DO <span class="il" style="box-sizing: border-box;">CARTÃO</span> <span class="il" style="box-sizing: border-box;">VIRAR</span>?<br style="box-sizing: border-box;" />Fale com a gente e reserve sua vaga pelo e-mail <a href="mailto:cursos.acasatombada@gmail.com" rel="noopener noreferrer" style="background: transparent; box-sizing: border-box; color: #ff4d4d; text-decoration-line: none; transition: color 0.3s ease 0s, background-color 0.3s ease 0s;" target="_blank">cursos.acasatombada@gmail.com</a> <wbr style="box-sizing: border-box; margin-bottom: 0px;"></wbr></span></p><p style="box-sizing: border-box; margin: 0px; text-align: center;"><span style="font-family: inherit;">.</span></p></div></div><div class="gem-button-container gem-button-position-center" style="box-sizing: border-box; text-align: center;"><a class="gem-button gem-button-size-medium gem-button-style-flat gem-button-text-weight-normal" href="https://acasatombada.com.br/produto/24-02-21-grupo-de-estudos-do-mito-ao-conto-do-conto-ao-mito-uma-jornada-poetica-com-marco-haurelio/" style="background: rgb(177, 15, 46); border-radius: 3px; border: 0px none; box-sizing: border-box; color: white; display: inline-block; font-size: 19px; font-weight: 700; height: 50px; line-height: 50px; margin: 30px 0px; outline-offset: 0px; outline: none 0px; padding: 0px 25px; position: relative; text-decoration-line: none; text-transform: uppercase; transition: all 0.3s ease 0s; vertical-align: middle; white-space: nowrap;" target="_self"><span style="font-family: inherit;">COMPRAR</span></a></div></div></div></div></div></div></div></div>cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-71833819043157490512020-03-01T05:18:00.000-08:002020-03-01T05:18:00.399-08:00Joias da tradição oral de Moçambique<div class="separator" style="background-color: white; clear: both; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyfrumdk-CeYf0vGWm3Fgys76SBdL5vB1J4-mXpLyEekM588InYVn3sYe9dh-82Oe7isowr0M4BRAygfDFW8UuRaroDtwjOUjNGIyUvutTaKaKWjeEtQOEw0TKKOT5tY2KqPNhNYWdZxv4/s1600/20200229_152433.jpg" imageanchor="1" style="color: #0068e5; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1126" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyfrumdk-CeYf0vGWm3Fgys76SBdL5vB1J4-mXpLyEekM588InYVn3sYe9dh-82Oe7isowr0M4BRAygfDFW8UuRaroDtwjOUjNGIyUvutTaKaKWjeEtQOEw0TKKOT5tY2KqPNhNYWdZxv4/s640/20200229_152433.jpg" style="border: none; position: relative;" width="450" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 13.91px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 13.91px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 13.91px;">Boas novas! Foi lançado, pela Editora de Cultura, o livro <i>Ithale: fábulas de Moçambique</i>, de Artinésio Widnesse, ilustrado com xilogravuras de Lucélia Borges e com projeto gráfico de Camila Teresa. Artinésio, que morou no Brasil e possui um doutorado pela USP, em visita à nossa casa, pouco antes de seu retorno a Moçambique, sua terra natal, contou-nos algumas histórias ouvidas ainda na infância. Quando perguntamos se ele já havia pensado em enfeixá-las num livro, respondeu modestamente que não, e que jamais imaginou que alguém se interessaria em lê-las, já que ainda é muito comum em seu país e entre o seu povo, Lomwe, o hábito de contar e difundir oralmente tais histórias. Agora poderemos conhecer algumas delas, que, em versões e variantes, correm nas águas de nossa tradição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="line-height: 13.91px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
Assino, com muito orgulho, a apresentação deste livro que, ainda que voltado ao público infantojuvenil, deverá interessar aos estudiosos dos contos de tradição oral, haja vista suas histórias serem todas recolhidas diretamente da fonte da memória.</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 4px; position: relative; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWrY2U8xTMjyggQpf7PamuKOEDDcwBWy8pv2A7BBAmQRhtESqSgsUY1WKuU_6AYRr2LzGwA4QzCduAHVwUdr4P_X972UGmgR8xfyP_htdKzQI4flEskBYpUNNbjVyixQ7_jrCqKD3O_DqJ/s1600/Ithale+2.jpg" imageanchor="1" style="color: #735435; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="909" data-original-width="633" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWrY2U8xTMjyggQpf7PamuKOEDDcwBWy8pv2A7BBAmQRhtESqSgsUY1WKuU_6AYRr2LzGwA4QzCduAHVwUdr4P_X972UGmgR8xfyP_htdKzQI4flEskBYpUNNbjVyixQ7_jrCqKD3O_DqJ/s640/Ithale+2.jpg" style="border: none; position: relative;" width="443" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 10.4px;">Xilogravura de Lucélia Borges para o conto<br />"A princesa que não falava com ninguém".</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: center;">
<b><span style="color: #444444; font-size: medium;">AS FÁBULAS DE MOÇAMBIQUE</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<i><span style="color: #444444;"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;"><i>Ithale </i>(<i>Ethale </i>no singular) significa fábulas em <i>Elomwe</i>, língua falada pelo povo <i>Lomwe</i>, da região central de Moçambique1. Ela integra o grande ramo Banto, de comprovada contribuição à cultura brasileira. Contribuição ainda viva nas narrativas orais, principalmente aquelas protagonizadas pelo Coelho, animal esperto, inimigo da feroz Onça e de outros bichos de grande porte. Amigo ou compadre Coelho no Brasil, Tío Conejo na América espanhola, Brer Rabbit nas Bahamas e no sul dos Estados Unidos, ele enfrenta e derrota, quase sempre, os animais grandes, ferozes e estúpidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">Artinésio Widnesse, professor e contador de histórias, costumava escutar de sua mãe, Suzana Nicasso, sempre à noite e em volta da fogueira, diversos contos tradicionais em que o pequeno e esperto Coelho sobrepujava a Hiena e o Leão, mas, às vezes, também se dava mal. Afinal, quando a esperteza é muita, costuma engolir o esperto...<o:p></o:p></span><br /><span style="color: #444444; font-family: inherit;"></span><br /><div class="separator" style="clear: both; color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; margin: 0px; text-align: center;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAtYqzFkXm_hxjkqYBFmVhDJFYvhD0h2AIvPzM4FBfvN54_kU-C6XxEMzcYI0RINjVQi50OyRDPMrG6ZEyLEb-WOGiCk_RT3IR1ahv5veWVSj6myvrQVIbDuF0qsEcJ1aQq9vIlVZBwfnm/s1600/Ithale+1.jpg" imageanchor="1" style="color: #735435; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-decoration-line: none;"><span style="color: #444444; font-family: inherit;"></span></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; font-family: "Times New Roman"; font-size: medium;">
</div>
<br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 4px; position: relative; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><img border="0" data-original-height="909" data-original-width="633" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAtYqzFkXm_hxjkqYBFmVhDJFYvhD0h2AIvPzM4FBfvN54_kU-C6XxEMzcYI0RINjVQi50OyRDPMrG6ZEyLEb-WOGiCk_RT3IR1ahv5veWVSj6myvrQVIbDuF0qsEcJ1aQq9vIlVZBwfnm/s640/Ithale+1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="443" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 10.4px;">Xilogravura de Lucélia Borges para o conto "O coelho esperto".</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">O Coelho protagoniza sete dos dez contos aqui reunidos, todos eles recolhidos da tradição oral <i>Lomwe</i>. O primeiro, <i>O coelho esperto</i>, é uma variante curiosa do conto <i>O boneco de breu </i>(ou <i>Tar-baby</i>), difundido em várias partes da África e também na Índia, país no qual, segundo o folclorista Aurélio M. Espinosa, a história teve origem. Aliás, convém lembrar que houve muitos indianos trabalhando na África do Sul no século 19 – incluindo o grande pacifista Mahatma Gandhi. Para não falar do vaivém dos portugueses pela costa da África a caminho da Índia nos séculos 15 e 16... No Brasil, o grosso das versões registradas traz o macaco como animal esperto e guloso, que cai na armadilha do boneco de cera criado por uma velha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">Registrei <i>A onça, o coelho e o jacaré </i>no livro <i>Contos e fábulas do Brasil </i>(2011). Uma história interessantíssima é <i>A princesa que não falava com ninguém</i>, que aparece em Portugal, no Brasil e em praticamente toda a Europa, mas sempre com personagens humanos. Na versão registrada por Artinésio, além de encontrar os tradicionais adversários, Girafa, Javali, Búfalo e Hiena, acompanhamos as traquinagens do Coelho, cujo desafio é fazer falar uma princesa, filha do Leão, que jamais havia pronunciado uma única palavra em toda sua vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuSEo_-s5HssMcpjT0640QUj5GZh-7vsqt9VjyDc519MPD6DaXyj70E3UYMx7jACO98rUm5GveJGy6iehjDfejBUp90qBnSRsQeAnuWM_TyKdX-8Vl4Xar2FlS96ere2wU5qkPUp76iEpG/s1600/20200229_152506.jpg" imageanchor="1" style="color: #735435; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-decoration-line: none;"><span style="color: #444444; font-family: inherit;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuSEo_-s5HssMcpjT0640QUj5GZh-7vsqt9VjyDc519MPD6DaXyj70E3UYMx7jACO98rUm5GveJGy6iehjDfejBUp90qBnSRsQeAnuWM_TyKdX-8Vl4Xar2FlS96ere2wU5qkPUp76iEpG/s640/20200229_152506.jpg" style="border: none; position: relative;" width="640" /></span></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">Lemos também, nesta bela coletânea, uma versão local da fábula do grego Esopo, <i>A raposa e a cegonha</i>, protagonizada por dois animais finórios: O Macaco e o Cágado. Assim como no clássico grego, de 600 antes de Cristo (a.C.), um animal convida o outro para comer em sua casa, mas cria tal embaraço que o visitante retorna para casa de barriga vazia. A vingança, claro, não tardará.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">Outro conto de natureza exemplar é <i>O Macaco avarento</i>, que, em seu motivo principal – a cobrança absolutamente injusta e desproporcional de uma dívida –, ocorre na tradição oral de vários países, envolvendo também protagonistas humanos e com pano de fundo religioso. O Macaco, que rivaliza com o Coelho em matéria de esperteza, é o herói de nossa última história, um belo conto de esperteza em que o Tubarão é o grande antagonista. Uma versão antiquíssima, <i>El Mono y la Tortuga </i>(O macaco e a tartaruga), figura no <i>Calila e Dimna</i>, coleção de fábulas exemplares da Índia conhecidas no Ocidente a partir de uma tradução persa no século VI depois de Cristo (d.C.), ampliada em versões árabes e traduzida para o castelhano em 1251.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;"><i>Ithale </i>são, portanto, contos de coloração local, mas que dialogam com a tradição clássica do Oriente e do Ocidente. Afinal, Moçambique, por muito tempo uma possessão portuguesa, soube preservar suas mais caras tradições, adaptando as contribuições estrangeiras, sem perder a essência identitária dos muitos povos que formam o país. É uma parte dessa rica tradição, que nos parece tão familiar, que Artinésio Widnesse nos apresenta neste pequeno relicário.<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: right;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">Marco Haurélio<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: right;">
<span style="color: #444444; font-family: inherit;">Autor de <i>O cavaleiro de prata </i>e<o:p></o:p></span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: right;">
<i><span style="color: #444444; font-family: inherit;">Breve história da literatura de cordel</span></i><o:p></o:p></div>
<br style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;" /><br style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;" /><br />
<div class="separator" style="background-color: white; clear: both; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="background-color: white; clear: both; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwik_55Pr2b5ao8z92air_aRsKzc2JxrtMLR8i8ZcOVqvnJekHKV7cokSlXjLIN7G_DZ2YydHU1PDQSmxEqZbyDh3ZD7QuuNlafeLhL_5Bh6FdqQ9M4lt9HmkRh3u3Ad91YexHEQmZ1Isk/s1600/Artin%25C3%25A9sio.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; color: #735435; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="216" data-original-width="158" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwik_55Pr2b5ao8z92air_aRsKzc2JxrtMLR8i8ZcOVqvnJekHKV7cokSlXjLIN7G_DZ2YydHU1PDQSmxEqZbyDh3ZD7QuuNlafeLhL_5Bh6FdqQ9M4lt9HmkRh3u3Ad91YexHEQmZ1Isk/s1600/Artin%25C3%25A9sio.jpg" style="border: none; position: relative;" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>ARTINÉSIO WIDNESSE SAGUATE</b> nasceu em 1982 na Província central da Zambézia, Distrito de Namarrói, em Moçambique. Parte de sua infância foi vivida em meio à guerra civil que fustigava seu país. Cresceu ouvindo histórias de animais contadas por sua mãe e pelos seus irmãos mais velhos, mas também pelo seu avô paterno. Em 1988, refugiou-se, junto com sua família, no Malawi, país vizinho ao seu. Aos 8 anos de idade, teve o primeiro contato com o alfabeto em uma das escolas primárias locais. Os textos lidos na escola enriqueceram ainda mais a educação tradicional por ele recebida de sua família. Em 1993, retornou a Moçambique, onde continuou seus estudos. Apaixonou-se pela linguística e, também, pela literatura, tendo se formado em Ensino de Português, em 2008, na Faculdade de Ciências da Linguagem, Comunicação e Artes da Universidade Pedagógica de Moçambique (UP), Delegação de Nampula.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Na faculdade, começou uma afinidade com o Brasil, por meio de leitura de textos de autores brasileiros, como José de Alencar e Machado de Assis. Essa afinidade se consolidou em 2010, quando veio ao país cursar o mestrado. Em 2012, voltou a Moçambique, onde atuou como professor universitário. Em meados de 2013, foi agraciado com mais uma bolsa de estudos e optou, de novo, pelo Brasil. Em 2017, tornou-se doutor em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa da Universidade de São Paulo (USP).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Sua tese de doutorado abordou o ensino bilíngue no curso fundamental em Moçambique. E foi na esteira desse espírito de concepção de material para o ensino que nasceu a ideia de registrar a cultura tradicional de seu povo. O livro que ora se publica no Brasil constitui sua estreia e faz parte de um projeto amplo de coleta e publicação de histórias de diferentes áreas de Moçambique, sobretudo as regiões rurais, com destino ao público infantojuvenil. As histórias aqui apresentadas são transcrições de histórias contadas por sua mãe e parentes.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;"><b>FICHA TÉCNICA</b>:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Título: ITHALE fábulas de Moçambique<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Autor: Artinésio Widnesse<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Ilustrações: Lucélia Borges<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">ISBN: 978-85-293-0213-3<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Formato fechado: 16 x 23 cms<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Nº de páginas: 48<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Profundidade: 0,4 cm<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Peso: 0,112 kg<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Assunto principal: Contos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Assunto secundário: Literatura infantojuvenil moçambicana<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Preço de capa: R$ 46,00</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: xx-small;">Publicado originalmente em<a href="https://marcohaurelio.blogspot.com/2020/02/joias-da-tradicao-oral-de-mocambique.html"> Cordel Atempora</a>l. </span></div>
cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-12580248876972229102019-08-13T07:57:00.004-07:002019-08-13T07:57:48.856-07:00Quatro livros de Marco Haurélio são aprovados no Programa Minha Biblioteca<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPJS4JrRm5-kZgCJnNzFbV0HYuRExD0vqyA5yg45S7hU8pSPOl4hLlmQFEzK8h_Dz4_1MfFygjiNPvrB_7OL6QhUUvnEScdwPIqG2Q9FnWsXTW1uAeKXqAxkymMNicO8t_CLjA_YiTKeg/s1600/2019-08-04+21.18.19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="712" data-original-width="532" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPJS4JrRm5-kZgCJnNzFbV0HYuRExD0vqyA5yg45S7hU8pSPOl4hLlmQFEzK8h_Dz4_1MfFygjiNPvrB_7OL6QhUUvnEScdwPIqG2Q9FnWsXTW1uAeKXqAxkymMNicO8t_CLjA_YiTKeg/s640/2019-08-04+21.18.19.jpg" width="476" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">O escritor e pesquisador da Cultura Popular Brasileira, Marco Haurélio, em seu perfil do facebook, trouxe a seguinte informação:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">"Uma ótima notícia. Quatro livros de minha autoria foram selecionados para o programa Minha Biblioteca, da Prefeitura de São Paulo. São eles: </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white;"><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><i>Lá Detrás Daquela Serra</i> (Peirópolis), Ilustrações:<a data-hovercard-prefer-more-content-show="1" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=1577838618&extragetparams=%7B%22__tn__%22%3A%22%2CdK%2AF-R%22%2C%22eid%22%3A%22ARACYRxl-Uuj1KArqwnGqy5Gquu-brRtpjVFnLvdaSb4q0_ZCpzr2f4XJEGPEbKpwi1zKLIs4AjUvFRX%22%2C%22directed_target_id%22%3Anull%2C%22groups_location%22%3Anull%7D" href="https://www.facebook.com/taisaborges?__tn__=%2CdK%2AF-R&eid=ARACYRxl-Uuj1KArqwnGqy5Gquu-brRtpjVFnLvdaSb4q0_ZCpzr2f4XJEGPEbKpwi1zKLIs4AjUvFRX" style="cursor: pointer; text-decoration-line: none;">Taisa Borges</a>;</span></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><div style="text-align: justify;">
<i>João Destemido e as Três Folhas da Serpente</i> (Conhecimento), ilustrações: <a data-hovercard-prefer-more-content-show="1" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100006670920214&extragetparams=%7B%22__tn__%22%3A%22%2CdK%2AF-R%22%2C%22eid%22%3A%22ARA0vkTuHYY7erPUkGUwpKWBdZE5elc_aHIke3Dh7GW3pLP8672-UaUnUg4jS7E2kPQY37tBu_tp-_Dl%22%2C%22directed_target_id%22%3Anull%2C%22groups_location%22%3Anull%7D" href="https://www.facebook.com/veruschka.guerra.1?__tn__=%2CdK%2AF-R&eid=ARA0vkTuHYY7erPUkGUwpKWBdZE5elc_aHIke3Dh7GW3pLP8672-UaUnUg4jS7E2kPQY37tBu_tp-_Dl" style="cursor: pointer; text-decoration-line: none;">Veruschka Guerra</a>;</div>
</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline;"><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O Urubu-Rei e Outros Contos Brasileiros</i> (Nova Alexandria)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
e <i>Vozes da Tradição</i> (IMEPH), parceria com <a data-hovercard-prefer-more-content-show="1" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100001448655134&extragetparams=%7B%22__tn__%22%3A%22%2CdK%2AF-R%22%2C%22eid%22%3A%22ARDH23QHyJtnJX6sajYbQsZtZBj8RA5tGEWj1JDlxUFf9NOPya5xBU47Y3zIvU4Yf1sVHBZUuNR7I4_6%22%2C%22directed_target_id%22%3Anull%2C%22groups_location%22%3Anull%7D" href="https://www.facebook.com/LuceliaPardim?__tn__=%2CdK%2AF-R&eid=ARDH23QHyJtnJX6sajYbQsZtZBj8RA5tGEWj1JDlxUFf9NOPya5xBU47Y3zIvU4Yf1sVHBZUuNR7I4_6" style="cursor: pointer; text-decoration-line: none;">Lucélia Borges</a> e Ilustrações de <a data-hovercard-prefer-more-content-show="1" data-hovercard="/ajax/hovercard/user.php?id=100009413135885&extragetparams=%7B%22__tn__%22%3A%22%2CdK%2AF-R%22%2C%22eid%22%3A%22ARDjgljlAMJ0w88GCyH1fGWv514pBQ05MiUgDASx9R53aW7hnw0vohFAlPmiFzjQE2dA6pniiikMJ-f4%22%2C%22directed_target_id%22%3Anull%2C%22groups_location%22%3Anull%7D" href="https://www.facebook.com/profile.php?id=100009413135885&__tn__=%2CdK%2AF-R&eid=ARDjgljlAMJ0w88GCyH1fGWv514pBQ05MiUgDASx9R53aW7hnw0vohFAlPmiFzjQE2dA6pniiikMJ-f4" style="cursor: pointer; text-decoration-line: none;">Luciano Tasso</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gratidão às editoras parceiras que investem e valorizam a cultura popular brasileira".</div>
</span></span>cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-76037696026987167242018-12-11T17:28:00.000-08:002018-12-11T17:28:20.686-08:00Presença dos Contos Tradicionais de Câmara Cascudo na Literatura de Cordel<h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; margin: 20px 0px 0px; position: relative;">
<br /></h3>
<div class="post-header" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 1.6; margin: 0px 0px 1em;">
<div class="post-header-line-1">
</div>
</div>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-8764414870724926321" itemprop="description articleBody" style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 1.4; position: relative; width: 610px;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; padding: 4px; position: relative;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5SwSQANLwc6ooYlm_ZRC9WLm5kMDBittKjLSZdGGzAJF0spKXXMsQ4z9Vjj_7rm8ksiqxXyf8uHNcn5kJjrN6wTsmjfTwr_oSHRwgHMFniy9UPx_wioQHZdczx7qyHL8kzzFWINQpJ3Fa/s1600/Contos+cascudo.jpg" imageanchor="1" style="color: #735435; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5SwSQANLwc6ooYlm_ZRC9WLm5kMDBittKjLSZdGGzAJF0spKXXMsQ4z9Vjj_7rm8ksiqxXyf8uHNcn5kJjrN6wTsmjfTwr_oSHRwgHMFniy9UPx_wioQHZdczx7qyHL8kzzFWINQpJ3Fa/s400/Contos+cascudo.jpg" style="border: none; position: relative;" width="262" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 10.4px; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px; line-height: 16px; text-align: justify;"><b><i><span style="font-size: 10pt;">Contos Tradicionais do Brasil</span></i></b><i><span style="font-size: 10pt;"> </span></i></span><i style="font-size: 13px; line-height: 16px; text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">em edição da Global Editora</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<br /><span class="Apple-style-span"></span><br /><div class="post-body entry-content" style="line-height: 1.4; position: relative; width: 520px;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 16px;"><i><span style="color: black; font-size: 10pt;">Contar histórias tem sido, ao longo das eras, um assunto sério e também um ameno entretenimento. Ano após ano, histórias são inventadas, escritas, devoradas e esquecidas. Que acontece com elas? As poucas que sobrevivem e que, como sementes dispersas, o vento esparge durante gerações, engendram novos contos e proporcionam alimento espiritual a inúmeros povos. (...) Cada poeta acrescenta algo da substância de sua própria imaginação e as sementes, nutridas, revivem</span></i><span style="color: black; font-size: 10pt;">.(Heinrich Zimmer)</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit; font-size: 10pt;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;">No Brasil, à margem da cultura livresca, dos moldes forçosamente importados, dos salões engalanados, vicejou opulenta, portentosa, espantosa literatura oral, fazendo, muitas vezes, pela boca de uma única pessoa se manifestarem civilizações há muito defuntas. Pode se argumentar que apenas um retalho, ou, menos ainda, um fiapo das antigas tradições chega até nós. Mas não é pouco. Na contística popular do Nordeste, por exemplo, é possível se escutar uma história que, em linhas gerais, é a mesma que os povos estabelecidos à margem do Nilo, no Egito, repetem há mais de 3.000 anos. As nossas orações aos santos, ligeiramente modificadas, em tempos de antanho, devem ter acalmado a fúria e comprado o obséquio de muitos deuses de incontáveis panteões. Dessa literatura oral a arte de um país que se pretende sério será sempre a maior tributária. A Literatura de Cordel é um dos galhos desta árvore. Se dela se desprender, perderá o sentido e a razão de existir.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;">A Literatura de Cordel no Brasil, a partir dos poetas pioneiros Leandro Gomes de Barros e Silvino Pirauá de Lima, sempre teve no conto popular um motivo essencial. As histórias que sobreviveram à peneira do tempo e chegaram até nós, refundidas em versos de sete sílabas, são o que há de mais característico no Cordel. Embora determinados pesquisadores reduzam o Cordel no Brasil à sua (importante) função de “jornal de povo”, é no manejo do material tradicional, oriundo ninguém sabe d’onde, trazido ninguém sabe por quem, que o poeta popular sempre estará mais à vontade. Foi dos contos populares, em suas múltiplas classificações, que nos chegaram os grandes clássicos da Literatura de Cordel.Os motivos dos romances e folhetos são os mais diversos: princesas encantadas, como Rosamunda ou a da Pedra Fina; heróis imponentes enfrentando todo tipo de perigo e malefício, a exemplo de João Corajoso, João Valente, João Sem-Medo, João Acaba-Mundo, João de Calais, João Soldado e, para variar, Juvenal e o príncipe Roldão. Estes são personagens saídos diretamente dos contos maravilhosos, também chamados contos de encantamento ou, por influência europeia, contos de fadas.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;">Mas o universo do Cordel é bem mais amplo: engloba ainda as histórias de animais, calcadas nas velhas fábulas, onde o riso brota espontâneo nos lábios de quem as lê ou as escuta. É a magia da literatura oral preservada no bom Cordel. Falando em riso, alguns personagens do Cordel, famosos por sua peraltice, têm origem também nos contos populares. Os exemplos mais notórios são os de João Grilo e Pedro Malazarte (ou Malasartes). São os amarelinhos, que trapaceiam os poderosos, sejam eles fazendeiros, sultões, ou o próprio Diabo. À lista dos sabichões devem ser acrescentados Cancão de Fogo, criação do genial Leandro Gomes de Barros, que estreou no Cordel antes de seus colegas Grilo e Malazarte, e também os poetas portugueses Camões e Bocage. Estes últimos, nos contos faceciosos, nas anedotas e no Cordel, possuem os mesmos atributos dos amarelinhos.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;">No Cordel, as histórias dramáticas quase sempre têm origem em livros de grande aceitação popular. Em alguns casos parecem fugir à estrutura do conto tradicional, embora tragam elementos originários deste, como a condenação de uma pessoa à morte, para se evitar o cumprimento de uma profecia. Outras vezes, tal condenação se dá por uma falsa acusação, geralmente imputada a uma esposa virtuosa por um cunhado devasso. A vítima é salva na última hora por um surto de piedade do carrasco e pelo acaso feliz de sempre ter um animalzinho por perto, que será morto em lugar do (a) condenado (a), fornecendo um pedaço de seu corpo (língua, fígado, coração) para comprovar a execução. O divulgadíssimo conto <b>Branca de Neve e os Sete Anões</b> (na versão dos Irmãos Grimm) e <b>Maria de Oliveira</b>, recolhido por Câmara Cascudo, trazem o mesmo motivo que, aliás, está na Bíblia, no livro de <b>Gênesis</b>, mais especificamente na história de José, quando seus invejosos irmãos ludibriam o pai, Jacó, fazendo-o crer na morte do filho, apresentando como prova suas vestes manchadas em sangue de carneiro.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;">É de Câmara Cascudo que passaremos a falar agora. Aliás, do universo da novelística popular a quem o devotado Mestre rio-grandense do norte dedicou alentados estudos, além de registrar algumas das mais belas versões, enfeixadas no volume <b>Contos Tradicionais do Brasil</b>. Todavia, seu trabalho ultrapassou o registro e a classificação dos contos. Pesquisador infatigável em sua honestidade intelectual, Câmara Cascudo estudou as raízes históricas e imaginou um possível trajeto que, nas veredas do espaço e do tempo, tenha possibilitado a esse tesouro imaterial chegar até nós e por aqui se aculturar. Quando possível, ele nos aponta referências na literatura clássica, detecta as pegadas dos heróis do conto maravilhoso em episódios da mitologia greco-romana e nos livros de indiscutível ancianidade da Índia dos <b>Vedas</b> e do <b>Mahabharata</b>.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;">Meu papel é estabelecer ligações entre os contos populares recolhidos e anotados por Câmara Cascudo e os folhetos e romances de Cordel diretamente inspirados nesta fonte ou que, mesmo com outra origem, estão vinculados ao trabalho do Mestre, que, melhor do que ninguém, conhecia a universalidade dos temas, tipos e motivos. Só é preciso atentar para um detalhe: às vezes acontece de o poeta popular, garimpeiro do inconsciente coletivo, se valer de mais de uma história para, ao final, apresentá-la como narrativa única. Exemplo: <b>Proezas de João Grilo</b>, de João Ferreira de Lima, é uma reunião de pequenas facécias, enfeixadas numa única história, resultado de uma compilação que tornará possível ao Grilo saltar do “sítio onde morava” para o Egito. Lá, terá de responder às perguntas do rei Bartolomeu, o sultão, dentre elas, o mesmo enigma que a Esfinge, um dos símbolos do Egito, propôs a Édipo:</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><i>Responda qual o animal<o:p></o:p></i></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><i>Que mostra mais rapidez<o:p></o:p></i></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><i>Que anda de quatro pés<o:p></o:p></i></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><i>De manhã por sua vez<o:p></o:p></i></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><i>Ao meio-dia com dois<o:p></o:p></i></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><i>À tardinha anda com três.</i><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;">Tal qual o desafortunado herói grego, João Grilo responde que o animal em questão é o homem nas diferentes etapas de sua vida. Não por acaso, um dos contos da safra de Câmara Cascudo, <b>Adivinha Adivinhão</b>, compõe o mosaico de proezas do célebre amarelinho. O livro das <b>Mil e Uma Noites</b> traz exemplos muito próximos do motivo da inteligência posta à prova, enredo básico de muitos títulos de Cordel, sobressaindo-se no gênero a <b>História da Donzela Teodora</b>. Câmara Cascudo, aliás, nem ousava discutir a origem árabe da Donzela, no que estava coberto de razão. Há versões da mesma história nas <b>Mil e Uma Noites</b>, em que a Teodora tem o nome de <b>Escrava Simpatia</b> (<b>La Docta Simpatia,</b> em<b>Cinco Livros do Povo</b>).</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;">Câmara Cascudo e Silvio Romero registraram, respectivamente, <b>A Princesa Adivinhona</b>e <b>O Matuto João</b>, em que o protagonista é um amarelo que decifra um enigma, obtendo como prêmio a mão da princesa que o formulara. Obviamente, o amarelo não é outro senão o nosso João Grilo, irmão gêmeo de Pedro Malazarte e, como foi comprovado, parente não muito distante da Donzela Teodora.Portanto, não mentem os que afirmam que o nosso João Grilo, apresentado ao mundo por Ariano Suassuna, como símbolo da malícia e sabedoria do nordestino espoliado, é um personagem das Arábias.Como o percurso da literatura oral é o mais improvável, até os célebres contos de Grimm e Perrault estão espalhados, na íntegra ou em partes, nas coletâneas de Câmara Cascudo e de outros folcloristas e na memória de muita gente ainda viva mas silenciada pela televisão.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><br /></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;"><b><span style="color: black;">Chapeuzinho Vermelho</span></b><span style="color: black;">, <b>O Pequeno Polegar</b>, <b>Joãozinho e Maria</b>, entre outros, estão presentes no <b>Contos Tradicionais do Brasil</b>, sem falar de <b>Bicho de Palha</b>, versão tupiniquim de <b>Pele de Asno</b>, de Perrault. O conto <b>Os Quatro Irmãos Habilidosos</b>, de Grimm, mereceu do poeta popular Manoel D’Almeida Filho uma adaptação famosa, <b>Os Quatro Sábios do Reino</b>. Assim como <b>O Fogo Rejuvescedor</b>, também da coleta dos alemães, foi rebatizado em Cordel: <b>Jesus e o Mestre dos Mestres</b>. E, geralmente, as fontes do poeta popular não são os livros impressos mas o livro, o grande livro que é o inconsciente coletivo.</span></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span"><span style="color: black; font-family: inherit;"><br /></span></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; padding: 4px; position: relative;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjywt0hbW2WVWVRrIPaOXF8jDjS0lb4O-CknWnsOOtyDayZiB16Y_6VZjR61tmG-lVPVKZahjQkLEdj79OdkGqaLuX1nlmb1Bgcs6PePwqsEMBxP_eUrpdb3HvuU2PKIlYWpB0TqgEqDJ_Z/s1600/Cascudinho+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; color: #735435; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><span style="color: black;"><img border="0" height="195" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjywt0hbW2WVWVRrIPaOXF8jDjS0lb4O-CknWnsOOtyDayZiB16Y_6VZjR61tmG-lVPVKZahjQkLEdj79OdkGqaLuX1nlmb1Bgcs6PePwqsEMBxP_eUrpdb3HvuU2PKIlYWpB0TqgEqDJ_Z/s320/Cascudinho+2.jpg" style="border: none; position: relative;" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 10.4px; text-align: center;">Mestre maior do folclore brasileiro.</td></tr>
</tbody></table>
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;">Algumas vezes se faz presente na história em Cordel um ou outro episódio onde se evidencia a matriz do conto popular. O ciclo que Câmara Cascudo denominou <b>Natureza Denunciante</b> fornece um motivo relevante para aquela que talvez seja a mais comovente história urdida por um bardo popular, <b>O Cachorro dos Mortos</b>, de Leandro Gomes de Barros. A cena é esta: a jovem Angelita, após ver seus irmãos serem mortos pelo brutal Valdivino, por ela repudiado, evoca as únicas testemunhas do bárbaro crime – ela morreria em seguida –, que eram o cachorro Calar, um “gameleiro” e uma flor. Reafirmando a sabedoria popular, o assassino retorna ao local do crime e é reconhecido pelo cachorro, despertando com sua algazarra a desconfiança das autoridades presentes a uma festa anual realizada no local onde os três desventurados irmãos receberam sepultura. Uma carteira encontrada por duas crianças num ninho de rato no “gameleiro” com uma confissão de próprio punho do assassino, é a prova cabal de seu crime e a realização do decreto de uma justiça invisível porém infalível, na qual ainda creem os nossos autênticos sertanejos.Na linha do exemplo famoso, reproduzido na sinopse acima, Câmara Cascudo nos conta de um homem curiosamente chamado Valdivino, assassinado por ladrões num ligar deserto. As testemunhas </span></span></span><span style="font-family: inherit; line-height: 16px;">do crime são duas garças que passam voando e a quem Valdivino recorre no momento derradeiro. Numa ocasião festiva, um dos bandidos se trai justamente no momento em que passam duas garças voando e que ele, distraidamente, exclama: “Lá vão as testemunhas de Valdivino!...” Os circunstantes, amigos do desaparecido, descobrem os criminosos e, como no famoso romance de Leandro, a natureza denuncia mais um crime...</span><br /><span style="font-family: inherit; line-height: 16px;"><br /></span><span style="font-family: inherit; line-height: 16px;">Enfim, são muitas as associações entre a Literatura de Cordel e os contos populares, quaisquer que sejam os gêneros ou os ciclos temáticos. Algumas vezes essas associações aparecem sutilmente costuradas num enredo mais denso, mas perfeitamente integradas à trama, como em </span><b style="font-family: inherit; line-height: 16px;">O Cachorro dos Mortos</b><span style="font-family: inherit; line-height: 16px;">.</span></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit; line-height: 16px;"></span><br /><div class="post-body entry-content" style="line-height: 1.4; position: relative; width: 520px;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span class="Apple-style-span" style="line-height: 16px;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><b>Nota do blog</b>: Parte deste texto, de autoria de Marco Haurélio, integra a introdução da caixa temática <b>12 Contos de Cascudo em Cordel</b>, editada pela Queima-Bucha.</span></span></div>
</div>
</div>
cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-2869273811958253502018-09-06T09:09:00.001-07:002018-09-06T09:09:09.119-07:00Cinco livros de Marco Haurélio são aprovados no PNLD Literário <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS8Cc_9qoSKhBdNrSgaDd8I9rqO8Gnoe_2Bou_Y9MRlfkOumoyeT5zi1HT3nerc2PkDXzB9o5hDfgrA_V3r7KhWbq13sFyeSCDa_dHfivSE9hOfHyaL2jidxY7jDtK2nyv7KIrw53izAA/s1600/Livros+aprovados.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1373" data-original-width="1600" height="548" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS8Cc_9qoSKhBdNrSgaDd8I9rqO8Gnoe_2Bou_Y9MRlfkOumoyeT5zi1HT3nerc2PkDXzB9o5hDfgrA_V3r7KhWbq13sFyeSCDa_dHfivSE9hOfHyaL2jidxY7jDtK2nyv7KIrw53izAA/s640/Livros+aprovados.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Foi divulgado, no <a href="http://portal.imprensanacional.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/38921347/do1-2018-08-30-portaria-n-31-de-28-de-agosto-de-2018-38921166" style="color: #735435; text-decoration-line: none;">Diário Oficial da União</a>, no dia 28 de agosto, o resultado do <span style="color: #162937;">Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD 2018 Literário), do Ministério da Educação. Cinco títulos de autoria de Marco Haurélio foram aprovados no programa. </span></span></div>
<span style="background-color: white; color: #162937; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span><span style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;"></span><span style="background-color: white; color: #162937; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Segue a lista com seus respectivos códigos:</span></span><br style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;" /><span style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: inherit; font-size: 13px;"><br /></span><span style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
</div>
<ul style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 1.4; margin: 0cm 0px 0.5em; padding: 0px 2.5em;" type="disc">
<li class="MsoNormal" style="line-height: 19.5px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><i>Peripécias da Raposa no Reino da Bicharada </i>(SEI/LeYa). Ilustrações de Klévisson Viana (cód. 1415L18601)<o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="line-height: 19.5px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><i>Mateus, Esse Boi é Seu </i>(DCL/Farol). Ilustrações de Jô Oliveira (cód. 0768L18602)<o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="line-height: 19.5px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><i>Bafafá na Arca de No</i>é (DCL/Universo dos Livros). Ilustrações de Anabella López (cód. 0546L18601)<o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="line-height: 19.5px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><i>Lucíola em Corde</i>l (Manole) Ilustrações de Luís Matuto (cód. 0691L18601)<o:p></o:p></span></li>
<li class="MsoNormal" style="line-height: 19.5px; margin: 0px 0px 0.25em; padding: 0px;"><span style="font-family: inherit;"><i>O Circo das Formas </i>(Estrela Cultural). Ilustrações de Camila de Godoy (cód. 0349L18601)<o:p></o:p></span></li>
</ul>
<div style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #4f4f4f; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; text-align: justify;">
<span style="color: #1d2129;"><span style="font-family: inherit;">Nesta etapa, a escolha caberá às escolas públicas de todo o Brasil. </span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<br /></div>
cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-83128581830445958462018-01-01T15:55:00.000-08:002018-01-01T16:20:49.059-08:00Romance de cordel remete a clássico da literatura <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5wpaklznYSaDx96TLuE7j_ERLT_-iCTTrLFMKDP6KThV9aSPElDXalulokDO1QhH1b34_UEGk6oSK-8q9jodSHbRnCge5OuX5e4n4BE1dtvs5l3yw0_oj1Jrkyuo799tSwcPpAgCqX0o/s1600/hist%25C3%25B3ria-de-belisfronte-o-filho-do-pescador-luzeiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="595" data-original-width="443" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5wpaklznYSaDx96TLuE7j_ERLT_-iCTTrLFMKDP6KThV9aSPElDXalulokDO1QhH1b34_UEGk6oSK-8q9jodSHbRnCge5OuX5e4n4BE1dtvs5l3yw0_oj1Jrkyuo799tSwcPpAgCqX0o/s400/hist%25C3%25B3ria-de-belisfronte-o-filho-do-pescador-luzeiro.jpg" width="297" /></a></div>
<em style="background-color: white; color: #5d5d5d;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></em>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><i>História de Belisfronte, o Filho do Pescador</i>
(Editora Luzeiro), um dos grandes textos da moderna literatura de cordel, de
autoria de Marco Haurélio, traz ecos com conto de Apuleio, <i>Eros e Psiquê</i>, que integra <i>O
Asno de Ouro</i> (século II a.C.). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Peço às deusas que habitam<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">O Reino da Poesia<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Que venham em meu auxílio<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Dando-me sabedoria,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Para versar uma história<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">De fé, encanto e magia.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Onde a Fortuna sorri<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">A quem é merecedor,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Por isso narro este drama<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Sobre um moço de valor:<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">A História de Belisfronte,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">O Filho do Pescador.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Em um longínquo país<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Habitava um camponês<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Ao lado de sua esposa –<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Os seus filhos eram três:<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Eram pobres ao extremo,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Não tinham voz e nem vez.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Aquele pobre campônio<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Sempre viveu do roçado,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Mas agora o que plantava<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Não dava mais resultado;<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Como se a Providência<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Lhe houvesse abandonado.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Isto porque a semente<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Que na terra ele lançava<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Em forma de alimento<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Ela jamais retornava<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">E a fome, cruel flagelo,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Toda a família assolava.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">O velho então resolveu<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Tornar-se um pescador,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">A profissão de São Pedro,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Discípulo do Salvador,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Pensando em pôr fim àquele<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Quadro desalentador.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">E, assim, foi para o rio,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Munido de rede e anzol.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Disse: - Peixe nunca falta,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Faça chuva ou faça sol,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Os ribeiros estão cheios,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Do crepúsculo ao arrebol.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Pacientemente, o velho<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Lá ficava todo o dia,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Até que o manto da noite<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Aquele vale envolvia,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Mas, para surpresa dele,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Nenhuma piaba havia.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Pouco a pouco o desespero<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Ia a esperança minando,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Com o aguilhão da miséria<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">O pobre velho açoitando.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Ele, então, olhou o Empíreo<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">E assim foi suplicando:<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">— Oh, Deus, Pai da humanidade,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Olhai este penitente<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">A quem a Sorte mesquinha<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Mostra-se indiferente!<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Enviai um lenitivo</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="font-family: inherit;">Para meu tormento, urgente!</span><o:p></o:p></i></div>
cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-23948364919704137452017-12-31T09:56:00.000-08:002017-12-31T09:56:28.745-08:00Literatura de Cordel: tradição e contemporaneidade<h2 class="titulo breakword" style="margin-bottom: 20px; margin-top: 0px; word-wrap: break-word;">
<div style="background-color: white; font-weight: 400;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFjj0IAnmf8HaUQELNvJTKg55LhX2nCkxxWOk524pGAn4PGoRiZnYcJx_3Ksi_jralTjjo_YPSdBDIbKYn4Ar93Z9GTH-ZvjL6dj5B5362UZtngMN9p_9vjftHopfLV0sADCF5W8sosqk/s1600/Cordel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1071" data-original-width="1600" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFjj0IAnmf8HaUQELNvJTKg55LhX2nCkxxWOk524pGAn4PGoRiZnYcJx_3Ksi_jralTjjo_YPSdBDIbKYn4Ar93Z9GTH-ZvjL6dj5B5362UZtngMN9p_9vjftHopfLV0sADCF5W8sosqk/s400/Cordel.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><i>Por Marco Haurélio </i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;">A literatura de cordel que imperou no Nordeste, em fins do século XIX até o terceiro quartel do século XX, é, em linhas gerais, a poesia popular impressa e herdeira do romanceiro tradicional, da literatura oral (em especial dos contos populares, com predominância dos contos de encantamento). O cordel é um dos galhos da árvore da poesia popular, como o repente também o é. Mas cordel e repente não são a mesma coisa, pois, à medida que a árvore cresce, os galhos vão se distanciando, embora estejam unidos pela origem comum. Grandes repentistas se aventuram pelas sendas do cordelismo, a começar por Silvino Pirauá de Lima (1848-1913), um dos pioneiros da literatura popular, autor dos clássicos <em>O Capitão do Navio</em> e <em>Zezinho e Mariquinha</em>.</span></div>
</div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: 400;">Outros poetas que transitaram por ambas as sendas foram José Galdino da Silva Duda, José Vila Nova (pai do famoso Ivanildo), Natanael de Lima, Severino Borges Silva, entre outros grandes nomes já falecidos. Entre os vivos, vale citar José João dos Santos, o Mestre Azulão – paraibano radicado no Rio de Janeiro, um dos fundadores da feira de São Cristóvão - e Antônio Américo de Medeiros, potiguar estabelecido em Patos, Paraíba. Repentistas que se aventuram com sucesso pela literatura de cordel, apesar de raros nos dias atuais, existem. E gente do primeiro time: Geraldo Amâncio Pereira, apresentador do programa televisivo </span></span><i style="font-family: inherit; font-weight: 400;">Ao Som da Viola</i><span style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: 400;">, pela </span></span><span style="font-weight: 400;">TV</span><span style="font-family: inherit;"><span style="font-weight: 400;"> Diário; Sebastião Marinho, presidente da União dos Cordelistas, Repentistas e Apologistas do Nordeste – UCRAN, sediada em São Paulo; e Zé Maria de Fortaleza, para ficar em alguns poucos mas significativos nomes.Então, tiremos de uma vez por todas a dúvida: repentista não é cordelista, e cordelista não é repentista. Repentista pode ser cordelista, e vice-versa. Mas não é regra.</span></span></span></div>
</div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400;">
</div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;">Quando a literatura de cordel, ou de folhetos, estava engatinhando e tomando forma, no tempo do poeta maior Leandro Gomes de Barros (1865-1918), viviam, na região do Teixeira, Paraíba, afamados cantadores, como Inácio da Catingueira, Romano da Mãe d’Água e o próprio Pirauá. Havia uma presença mais marcante da oralidade, pois, nesse tempo, eram poucos os alfabetizados. Mas, nas raras horas de ócio, as pessoas se reuniam em torno de alguém que soubesse ler, e se deleitavam com os romances fenomenais do Mestre Leandro: <i>O Cachorro dos Mortos</i>, <i>Os Sofrimentos de Alzira</i>, <i>A Força do Amo</i>r, <i>O Boi Misterioso</i>. Outros poetas surgiram, alguns geniais. A edição e comercialização da literatura de cordel atingiram um alto grau de profissionalismo com João Martins de Athayde, poeta paraibano estabelecido no Recife, e com Francisco Lopes, pernambucano levado pela onda migratória a Belém do Pará, onde dirigiu a lendária Guajarina. Outros editores que aperfeiçoaram o comércio do cordel foram José Bernardo da Silva, sucessor de Athayde, em Juazeiro do Norte, João José da Silva, com a Luzeiro do Norte em Recife e Manoel Camilo dos Santos, que pontificou entre Guarabira e Campina Grande.</span></div>
</div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;">Outros nomes dignos de nota são José Alves Pontes (Guarabira), Joaquim Batista de Senna, paraibano que fez história no Ceará, e Manoel Caboclo, estabelecido com sua folhetaria Casa dos Horóscopos em Juazeiro. Em São Paulo desde os anos de 1910 existia a Tipografia Souza, fundada pelo imigrante português José Pinto de Souza. Em 1950, desta tipografia surgiu a Editora Prelúdio, já dirigida pelos irmãos (adotivos) Arlindo Pinto de Souza, filho de José, e Armando Lopes. Dois anos depois, a editora publicaria seu primeiro cordel no formato que a consagrou, com capa em policromia e tamanho maior que o nordestino (13,5X18). Era um romance chamado <i>O Amor que Venceu</i>, de Antônio Soares de Maria. Um dramalhão muito ruim, diga-se. No mesmo período, o ex-garimpeiro e poeta popular Antônio Teodoro apresenta alguns originais à editora. Teodoro escrevia sobre tudo, para todos. Seu cordel <i>Vida e Tragédia do Presidente Getúlio Vargas</i>, de 1954, escrito após o suicídio de Getúlio vendeu, na primeira edição, impressionantes 260 mil exemplares. Começa o período áureo da literatura de cordel fora do Nordeste.</span></div>
</div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;">Entretanto o tempo, os problemas econômicos, o êxodo rural e a escassez de bons poetas, após a geração que vai até a década de 1940 (Eneias Tavares dos Santos, João Firmino Cabral, Manoel Monteiro, João Lucas Evangelista, Mestre Azulão, Cícero Viera, entre outros) fizeram com que as trombetas fúnebres, na década de 1980, decretassem a morte do cordel. A Editora Luzeiro, sucessora da Prelúdio, foi a única a sobreviver às crises e seguiu imprimindo os clássicos do gênero sob a orientação abalizada de Manoel D’Almeida Filho. Em 1990, Arlindo Pinto vende a editora à firma dos Irmãos Nicoló, e a Luzeiro passa por um período de dificuldades, no mesmo período em que morre Manoel D’Almeida Filho, amargurado ante o futuro incerto da editora e da própria literatura de cordel. Hoje, Gregório Nicoló é o único proprietário, e a Luzeiro, superando os problemas, renova as suas publicações, mantendo os títulos tradicionais, ainda com boa aceitação popular.</span></div>
</div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;">Nos anos 1990, surge no Ceará uma nova geração de talentosos poetas populares, capitaneada por Klévisson Viana, que fundaria a Editora Tupynanquim, em Fortaleza. Klévisson, juntamente com seu irmão Arievaldo Viana, Rouxinol do Rinaré (nome de guerra de Antônio Carlos da Silva), Evaristo Geraldo, José Mapurunga e outros valores daquele estado restituíram à Fortaleza a tradição que teve nos poetas editores Moisés Matias de Moura, Luís da Costa Pinheiro e Joaquim Batista de Sena, firmes baluartes tempos atrás. No Rio de Janeiro, Gonçalo Ferreira da Silva, cearense de Ipu, poeta com raízes eruditas e populares, concebeu e deu vida à Academia Brasileira de Literatura de Cordel, a ABLC, em 1988. Na ata de fundação, nomes históricos da literatura de cordel emprestam seu prestígio à entidade. A Academia acabou se fundindo com a Casa de Cultura São Saruê, criada pelo General Umberto Peregrino, e incorporou ao seu acervo preciosidades hoje à disposição de estudiosos e entusiastas do cordel. Outras entidades espalhadas pelo Brasil continuam a luta encampada por Rodolfo Coelho Cavalcante (1918-1986), maior liderança da história do cordel, responsável pelo Primeiro Congresso de Trovadores e Repentistas, de 1955.</span></div>
</div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;">Os maiores sucessos são os eternos clássicos <i>O Pavão Misterioso</i> (José Camelo de Melo Resende), <i>A Chegada de Lampião no Inferno</i> (José Pacheco), <i>As Proezas de João Gril</i>o (João Ferreira de Lima) e <i>A Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum</i> (Firmino Teixeira do Amaral). Lampião é a personagem histórica de maior projeção, e sua popularidade resiste à era digital. O maior romance ainda é <i>O Direito de Nasce</i>r, de Manoel D’Almeida Filho, com 719 sextilhas. No formato livro, ressalve-se. É nesse formato que o cordel está chegando a um outro público, além do tradicional. Em São Paulo, neste 2008, a editora Nova Alexandria lançou, sob minha coordenação, a Coleção Clássicos em Cordel, com releituras de obras clássicas por cordelistas respaldados. Já foram impressos <i>O Corcunda de Notre-Dame</i>, de João Gomes de Sá, e <i>Os Miseráveis</i>, de Klévisson Viana. Ambas adaptações de obras famosas do escritor francês Victor Hugo. Outros títulos estão a caminho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1px solid rgb(242, 242, 242); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 1px 1px 5px; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 5px; position: relative; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKnx06MmQ8OFYOoZG-eaWVrEoVNBJUPHtG99aSJBRs55g7PrehVYse9jxu9EzrZm9y86U99hTSUdvqe1dmV5NhPjDmSU0Dfv8pE3dCni9BiPlxA-34UgLdW29BS5Mg70i8v62GI9KUPeY/s1600/Jo%C3%83%C2%A3o+acaba-mundo.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5591497749795852658" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKnx06MmQ8OFYOoZG-eaWVrEoVNBJUPHtG99aSJBRs55g7PrehVYse9jxu9EzrZm9y86U99hTSUdvqe1dmV5NhPjDmSU0Dfv8pE3dCni9BiPlxA-34UgLdW29BS5Mg70i8v62GI9KUPeY/s400/Jo%25C3%25A3o+acaba-mundo.jpg" style="background: transparent; border: none; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 0px 0px; height: 400px; padding: 0px; position: relative; width: 296px;" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;"><i><b>João Acaba-Mundo e a Serpente Negra</b>, de Minelvino Francisco Silva,<br />cordel clássico com capa em policromia, assinada por Mateus (19</i>59).</span></span></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="background-color: white; font-weight: 400;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><b>Ilustrações</b> A ilustração não nasceu com o cordel. Antes eram usadas as chamadas “capas cegas”, sem qualquer ilustração. A xilogravura é um fenômeno relativamente recente, apesar de ter sido usada em 1907, na ilustração de uma capa de um folheto de Francisco das Chagas Batista enfocando Antônio Silvino. Fato isolado. Os desenhos e os clichês de cartões postais e com fotos de artistas de Hollywood eram os preferidos dos editores, a começar pelo lendário Athayde. A xilogravura nunca teve ampla aceitação no meio popular, mas a Academia a adotou como a ilustração por excelência dos folhetos de cordel. A bem da verdade, diga-se: a xilogravura é a ilustração mais característica, mas não a única. A essência de um bom cordel está no texto e não na capa, no vestuário. O cordel (texto e ilustração) evoluiu, e nenhum poeta ou editor antenado abre mão da tecnologia para oferecer ao público edições bem cuidadas. Sem esquecer a tradição, sem desprezar a modernidade. O cordel, por conta disso, chega vivo e com fôlego ao século XXI.</span></div>
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="background: rgb(255, 255, 255); border: 1px solid rgb(242, 242, 242); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 1px 1px 5px; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 5px; position: relative; text-align: center;"><tbody>
<tr><td><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtOqaDP-u8R4JAaALFwvtBVVBdSTCc_Do6zKyRLU3n5m-3jHETJRYU4jc9tFQVJ8uhikxGmzig714fLk7zUTENpSccYNWKXDslcN6Kcxw62DVCMFWnSXV6t3ouLfkeIF5MRt0g5L7l558/s1600/O+padre+jogador.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><span style="color: black; font-family: inherit;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5591497752470150338" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtOqaDP-u8R4JAaALFwvtBVVBdSTCc_Do6zKyRLU3n5m-3jHETJRYU4jc9tFQVJ8uhikxGmzig714fLk7zUTENpSccYNWKXDslcN6Kcxw62DVCMFWnSXV6t3ouLfkeIF5MRt0g5L7l558/s400/O+padre+jogador.jpg" style="background: transparent; border: none; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 0px 0px; height: 328px; padding: 0px; position: relative; width: 211px;" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption"><span class="Apple-style-span"><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;"><i>O Padre Jogador</i>, editado por Leandro Gomes de Barros.</span></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="background-color: white;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtOqaDP-u8R4JAaALFwvtBVVBdSTCc_Do6zKyRLU3n5m-3jHETJRYU4jc9tFQVJ8uhikxGmzig714fLk7zUTENpSccYNWKXDslcN6Kcxw62DVCMFWnSXV6t3ouLfkeIF5MRt0g5L7l558/s1600/O+padre+jogador.jpg" style="text-decoration-line: none;"></a>Nota<span style="font-weight: 400;">: Texto publicado originalmente em junho de 2008. </span></span></div>
</div>
</h2>
cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-83507950586260678622017-12-21T12:54:00.002-08:002018-01-01T16:11:40.105-08:00Tupynanquim Editora lança peleja reunindo dois grandes expoentes do cordel<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmSqD_0RUDX-aWLIkSavxXPVgN0c5SuylOilvvemmKmKgQN9dbiJziEBhuzXQMteVAITt8d6rgzQXatyIXUL2ywDE1Jz7nfxXbkL192EZi5mC2bmtDiVoLds_yNhzf6jfbjZ8ROn2D3EI/s1600/Peleja+com+Braulio+Tavares.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="680" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmSqD_0RUDX-aWLIkSavxXPVgN0c5SuylOilvvemmKmKgQN9dbiJziEBhuzXQMteVAITt8d6rgzQXatyIXUL2ywDE1Jz7nfxXbkL192EZi5mC2bmtDiVoLds_yNhzf6jfbjZ8ROn2D3EI/s640/Peleja+com+Braulio+Tavares.jpg" width="452" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Capa do livreto com xilo de Maércio Siqueira</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<h3 style="text-align: center;">
<span style="line-height: 107%;"><b><span style="color: #444444; font-family: inherit; font-size: small;">A título de informação</span></b></span></h3>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><i><span style="font-family: inherit;">Por Marco Haurélio</span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: inherit;">Pelejas virtuais não são incomuns em
tempos de redes sociais e de serviços de mensagens instantâneas. Braulio
Tavares, por exemplo, já havia contendido com Klévisson Viana e Astier Basílio.
As várias modalidades foram debulhadas em trocas de e-mails, portanto, ainda
sem a presença de uma “plateia”. Não parece, mas disputas do tipo vêm de longe,
desde 1997, quando Américo Gomes, da Paraíba, e José Honório, de Pernambuco,
desfraldaram a bandeira. Há inclusive uma pesquisa ampla, um inventário
transformado em tese de doutoramento e em livro, com o inusitado título <i>No Visgo do Improviso ou a Peleja Virtual
entre a Cibercultura e Tradição</i>, de autoria da professora Maria Alice
Amorim. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: inherit;">O diferencial desta nova peleja é que
o palco foi a maior das redes sociais, o Facebook, entre os dias 7 e 14 de
setembro, nos poucos minutos de folga de que dispúnhamos. E, como em todo bom
pé-de-parede, a nossa gesta virtual foi acompanhada por um grande público, com
sugestões de temas e motes e eventuais aplausos. Começamos com a tradicional
sextilha, evoluímos para o martelo agalopado, com mote proposto pelo poeta,
pesquisador e apologista Ésio Rafael, passamos à gemedeira, por sugestão do
também poeta Rouxinol do Rinaré, e ao galope à beira-mar (versos
hendecassílabos). A disputa abarcou ainda outras modalidades: <i>No tempo de Pai Tomás, Preto Velho e Pai
Vicente</i>, <i>Nos oito pés a quadrão</i>
(oitavas), martelo alagoano (decassílabos). Os versos de despedida foram
embalados pelo mote <i>Povo bom, muito
obrigado</i>/<i> Adeus, até outro dia!</i><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><i><span style="font-family: inherit;"><br /></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: inherit;">Agora publicada em folheto pela
Tupynanquim Editora, de Klévisson Viana, com capa em xilogravura de Maércio
Siqueira, a peleja alcança novos leitores, promovendo o casamento antes
inimaginável da tecnologia com a tradição. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>Pedidos</b>: Tupynanquim Editora</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b>E-mail</b>: <span style="background-color: white;">tupynanquimcordelbrasil@gmail.com</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><b><span style="font-family: inherit;">Trechos selecionados:</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="background-color: white;"><b><span style="font-family: inherit;"><br /></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>SEXTILHAS</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>Marco Haurélio</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Dos poetas que conheço,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Destaco Braulio Tavares,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Pelas canções instigantes,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Pelos versos singulares,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Que têm o cheiro dos épicos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">E das gestas milenares.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>Bráulio Tavares</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Eu destaco, entre os meus pares,<br />
o poeta Marco Haurélio<br />
com o vocabulário vasto<br />
do Houaiss ou do Aurélio,<br />
e o verso que sobe aos ares<br />
igual um balão de hélio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>MH</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Já que começou o prélio,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Meu amigo menestrel,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Com sua verve e sabença,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">De quem à arte é fiel,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Responda, sem titubeio,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">O que vem a ser cordel?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>BT</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Inspiração a granel,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Contos de fadas, de reis,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Cangaceiros, cantadores,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Pelejas e ABCs,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Tudo isso num livrinho<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">De 11 por 16.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>MH</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Tem versos de amor cortês,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Forjados com muito enlevo;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nas cantigas que compões,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">E nos romances que escrevo,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Vejo o futuro agarrado<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nas barbas do Medievo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>BT</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">É livre igualmente o frevo;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">É nosso como o baião;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">É clássico como a valsa;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Popular como o rojão;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Tem música, tem poesia,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Verdade, imaginação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>MH</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">É o canto do sertão,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Das cidades e das serras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">A voz que clama por paz,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">O grito que cessa as guerras,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nordestino e brasileiro,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Com ecos de longes terras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>BT</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Tu certamente não erras<br />
ao dizer que essa poesia<br />
não tem somente beleza:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">tem coragem e alegria<br />
e entre os dramas do mundo<br />
nos serve de luz e guia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>MARTELO AGALOPADO</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>BT</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Sou menino criado na cidade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nunca tive uma infância na fazenda<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">O sertão para mim foi uma lenda<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Que pairou sobre a minha mocidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Conheci o sertão, isto é verdade,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Assistindo o cinema brasileiro;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Glauber Rocha me deu esse roteiro<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">E eu que sou bom aluno fui atrás...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Os chocalhos são sinos matinais<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nas dolentes canções do bom vaqueiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>MH</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">E eu nasci numa casa de adobão,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Com a frente pintada de amarelo;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Era ali minha choça e meu castelo,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">O meu reino encantado do sertão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Escutando as canções de Gonzagão,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Mais as joias do nosso romanceiro,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Na varanda ou ao pé do juazeiro,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Espargidas por ventos ancestrais –<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">E os chocalhos são sinos matinais<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nas dolentes canções do bom vaqueiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>BT</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Lembro o carro de boi gemendo tanto<br />
sob o fogo do sol do Cariri,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Muitas férias passei brincando ali<br />
onde o sol cauteriza um solo santo.<br />
Mas a noite descia com seu manto,<br />
agasalho tão bom e hospitaleiro...<br />
Eu dormia, acordava bem ligeiro<br />
a ouvir badaladas lá por trás:<br />
os chocalhos são sinos matinais<br />
nas dolentes canções do bom vaqueiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>MH</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Desta imagem também jamais me esqueço:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Velho carro de boi com seu rangido:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Era alegre, era triste, era um gemido,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Cantilena sem fim e sem começo,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">E a parelha seguia sem tropeço<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Ao comando bem firme do carreiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Se hoje o carro apodrece no terreiro,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">O carreiro é que geme em tristes ais:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Os chocalhos são sinos matinais<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nas dolentes canções do bom vaqueiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>GEMEDEIRA</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>MH</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Geme o país que nasceu<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Da esperteza de Cabral;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Geme o pendão auriverde<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Sob a triste bacanal;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Geme o índio, geme o negro<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Ai! ai! ui! ui!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nessa terra desigual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>BT</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Todos gemem por igual<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nestas redes sociais,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Muro das lamentações<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Onde todos são iguais:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Disputando com vaidade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Ai ai, ui ui<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Para ver quem geme mais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>MH</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Geme nos canaviais<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">O trabalhador exangue;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Geme o home-caranguejo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Soterrado sob o mangue;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Geme ainda o operário<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Ai! ai! ui! ui!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Que morre cuspindo sangue<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>BT</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">No meio do bangue-bangue<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Todo mundo chora e treme,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Pelos becos da favela<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Passa bandido e PM<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Uns que matam, uns que morrem<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Ai ai, ui ui<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Porém todo mundo geme.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>GALOPE À BEIRA-MAR</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>MH</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Mudando de estilo, por outras paragens,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Sigamos agora com nossa peleja:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Da grimpas dos Andes à chã sertaneja,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">O verso permite diversas viagens.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Sem Timothy Leary a encher as bagagens,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Com fome e com sede do eterno buscar,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nas tábuas de argila, nas mesas do bar,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Na longe Cocanha ou na caixa-prego<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Na luz escondida nos olhos do cego,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nos dez de galope na beira do mar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>BT</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">A rima deixada é a mesma que eu pego,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">E ligo o motor pra subir nas alturas,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nas asas do vento das literaturas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Eu vôo e eu nado, mergulho e navego.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Meu verso é composto de peças de Lego<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">É só ir pegando e depois encaixar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Formando um conjunto que dê pra cantar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Dizendo as belezas do mundo da escrita<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Em verso e em prosa se escreve e recita<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Cantando galope na beira do mar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>MH</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Na velha Tebaida, me fiz eremita,<br />
De lá alcei voo pra os mares do sul,<br />
Vi Constantinopla virar Istambul,<br />
E a sanha cruzada na terra ‘bendita’;<br />
Vi Fitzcarraldo, com grande pepita,<br />
Na verde floresta querer navegar,<br />
Cantando uma loa para o rei Lear,<br />
Pensando se estava tão longe ou tão perto.<br />
Cansado de tudo, voltei ao deserto,<br />
Sonhando que estava na beira do mar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>BT</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Tornei-me famoso por ter descoberto<br />
os grandes tesouros de terras distantes;<br />
lutei contra gregos, salvei os atlantes,<br />
mostrei a Colombo o caminho mais certo.<br />
Na Besta Fubana do tal Luís Berto<br />
montei corajoso e me pus a voar,<br />
cruzando o espaço na luz do luar<br />
por entre uma nuvem de naves e drones<br />
igual um dragão de um Game of Thrones<br />
cantando galope na beira do mar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>MH</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Na terra tomada por fogo e ciclones,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Sorri o tirano de juba acaju,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Sentindo no rabo o tridente de Exu,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Enquanto se estorce na guerra dos clones;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">E sobre as ruínas não há cicerones,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nem sheiks barbudos e nem lupanar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">A paz posta a ferros, a guerra a gritar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">E agentes laranjas trazendo pavor,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Deixando giestas na cova do amor<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nos dez de galope na beira do mar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>BT</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">País que se preza não quer salvador<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nação com moral não precisa de heróis<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Precisa de votos, precisa de voz,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Lutando, cantando, do jeito que fôr.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Na hora difícil se sente o valor<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Do quanto se perde e não pode salvar,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">A guerra é a guerra, a terra é o lar,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">O chão é do povo, a vida é da gente,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">O mundo é cruel, mas a alma é valente<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nos dez de galope na beira do mar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>NO TEMPO DE PAI TOMÁS</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>PRETO VELHO E PAI VICENTE</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>MH</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Caro poeta,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Afine a sua viola,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Busque dentro da cachola<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">A resposta mais certeira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Nossa bandeira<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Do cordel e do repente<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">É ampla e é abrangente:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Muitas novidades traz<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>No tempo de Pai Tomás</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>Preto Velho e Pai Vicent</b>e.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>BT</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Tô acordando<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Dum sono bom e profundo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Retornando para o mundo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Pra ver o que acontece;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">E me aparece<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Marco Haurélio pela frente<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Com um “balai” de repente,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;">Com cara de quem quer mais<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>No tempo de Pai Tomás</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><b>Preto Velho e Pai Vicente</b>.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<br /></div>
cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-62677832829104212442017-12-20T06:21:00.004-08:002017-12-20T06:37:03.353-08:00O Auto da Compadecida e a literatura de cordel<h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #5d5d5d; font-stretch: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0.75em 0px 0px; position: relative;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;"><br /></span></h3>
<h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #5d5d5d; font-stretch: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0.75em 0px 0px; position: relative;">
<img height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4D9tXLrMXzGESLL-HCojbTPRydrso4y-FeWjGfls5lALoKgv_S2Fmeg9YkGfgHAq8ZK6iNzEifXrJq6tvGci8ml5mu9HjpOaqO1rWcOch5IQWo7dGnoU7mDRxAzgUVGs7RmUQZjw5cV0/s640/chico1.JPG" width="463" /></h3>
<h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="background-color: white; color: #5d5d5d; font-stretch: normal; font-weight: normal; line-height: normal; margin: 0.75em 0px 0px; position: relative;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;">Por: Marco Haurélio</span></h3>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-1881133186224274858" itemprop="description articleBody" style="background-color: white; line-height: 1.4; position: relative; width: 760px;">
<div style="line-height: 18px; text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Foi num folheto
de gracejo que Ariano Suassuna encontrou o personagem-símbolo de sua
dramaturgia. <i>As Proezas de João Grilo </i>(ver trecho abaixo),
história escrita em 1932 por João Ferreira de Lima, trazia como protagonista o
célebre amarelinho oriundo dos contos populares portugueses, que, no processo
de aculturação, ganhou características idênticas às de outro famoso espertalhão
de origem ibérica: Pedro Malazarte. Esse mesmo João Grilo será reaproveitado
no <i>Auto da Compadecida</i>, transformado em filme em 2000 por Guel
Arraes, com Mateus Nachtergaele (João Grilo) e Selton Melo (Chicó) nos papéis
principais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>João Grilo
foi um cristão</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>que nasceu
antes do dia,</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>criou-se
sem formosura<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>mas tinha
sabedoria,<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>e morreu
depois da hora<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>pelas
artes que fazia.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>(...)<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>Na noite
que João nasceu,<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>houve um
eclipse na lua,<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>e detonou
um vulcão,<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>que ainda
continua.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>Naquela
noite correu<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>um
lobisomem na rua.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<i>(...)<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
Entretanto, a <i>Compadecida</i> se baseia
em três folhetos distintos, dois deles escritos por Leandro Gomes de Barros. O
primeiro é <i>O Cavalo que Defecava Dinheiro</i>, que mostra como um finório
consegue lograr um duque invejoso convencendo-o de que um cavalo é realmente
capaz de obrar (sem trocadilho) o prodígio do título. Obviamente quem assistiu
à peça ou à uma de suas versões para o cinema, sabe que o cavalo foi
transmutado num gato, por motivos mais que compreensíveis. O outro poema de
Leandro reaproveitado por Suassuna é <i>O Dinheiro </i>(<i>O
Testamento do Cachorro</i>), onde aparecem as figuras do padre e do bispo. A
autoria de Leandro é inquestionável, embora a origem dos motivos que compõem a
estória seja mais difícil de rastrear. O próprio Ariano reconhece essa
dificuldade quando afirma: “- a história do testamento do cachorro, que aparece
no <i>Auto da Compadecida</i>, é um conto popular de origem moura e
passado, com os árabes, do Norte da África para a Península Ibérica, de onde
emigrou para o Nordeste”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
Além destes dois poemas de caráter marcadamente
cômico, o <i>Auto</i> propriamente dito – a última parte – tem por
base o folheto<i>O Castigo da Soberba</i>, de autoria desconhecida, embrora
alguns atribuam-na a Silvino Pirauá de Lima. A história tem a marcante presença
do imaginário medieval que impregna a obra de Gil Vicente, outra evidente fonte
de Suassuna. Maria (Nossa Senhora) é a advogada. Jesus o Juiz, e o Diabo o
acusador. É a Nossa Senhora – a “advogada nossa” da oração <i>Salve Rainha </i>–
que a alma recorre, em vista da iminente condenação. Evocada em nome de seu
bendito filho, ela responde à súplica da alma. No final, após ouvir acusação e
defesa, Jesus – no folheto também chamado Manuel – decide pela salvação da
alma. O Diabo (Cão), vencido, chama os seus comandados. A estrofe abaixo
reproduzida, com a última fala do tinhoso, está bem próxima do desfecho
do <i>Auto da Compadecida</i>:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<i>Vamos todos nós embora<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<i>Que o causo não é o primeiro,<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<i>E o pior é que também<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<i>Não será o derradeiro...<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<i>Home que a mulher domina<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
Não pode ser justiceiro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
Os três folhetos, diga-se de passagem, foram
coligidos por Leonardo Mota no livro <i>Violeiros do Norte</i>.
Indiretamente, este pesquisador cearense, ao reunir as três obras em seu
precioso estudo, apontou o caminho que Ariano Suassuna deveria seguir, mesmo
apoiando-se em outras tradições populares – especialmente o Bumba-meu-boi, onde
os personagens Mateus e Bastião cumprem um papel semelhante ao de João Grilo e
Chicó na Compadecida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0.0001pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
João Grilo
marcou presença em outros folhetos de cordel, com destaque para O<i> Professor
Sabe-Tudo e as Respostas de João Grilo</i> (de Klévisson Viana), <i>A
Professora Indecente e as Respostas de João Grilo</i> (de Arievaldo
Viana, <i>João Grilo, um presepeiro no palácio</i> (de Pedro
Monteiro) e <i>Presepadas de Chicó e Astúcias de João Grilo </i>(de
Marco Haurélio). O sucesso do <i>Auto da Compadecida </i>no cinema
parece ter motivado o diretor Moacyr Góes a filmar <i>O Homem que desafiou
o Diabo </i>(2007), baseado no livro <i>As Pelejas de Ojuara</i>, de
Nei Leandro de Castro, que, por sua vez, parte de folhetos de cordel do ciclo
do Demônio Logrado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%;">
Publicado
originalmente em <b>Cordel Atemporal</b>. <o:p></o:p></div>
</div>
</div>
cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-21118287218404183242017-12-16T04:27:00.009-08:002023-07-18T14:55:19.955-07:00Xilogravuras de Lucélia Borges<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibS3FOgy5N64phtgVX-jUElMMj1Yls_w8u54PUpjT7fj54C51QVrFoz109gGyVcuSOLWjl1qen8DyRk0FNhIwiPK6RX4sYVsGfjJ_-kBWDWH7Hmy0562AdaMaOguRzKRCidGehRA3_nd0/s1600/Tei%25C3%25BA.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" data-original-height="797" data-original-width="1193" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibS3FOgy5N64phtgVX-jUElMMj1Yls_w8u54PUpjT7fj54C51QVrFoz109gGyVcuSOLWjl1qen8DyRk0FNhIwiPK6RX4sYVsGfjJ_-kBWDWH7Hmy0562AdaMaOguRzKRCidGehRA3_nd0/w640-h426/Tei%25C3%25BA.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;"><i>Teiú (ou Tejo)<br /><br /></i></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Lucélia Borges, natural de Serra do Ramalho (BA), mas radicada em São Paulo, uma das idealizadoras do projeto <b>Cordel: a Poesia Encantada do Sertão</b>, agora dedica-se à arte da xilogravura. Seu trabalho homenageia a cultura popular e as crenças e costumes de nosso povo. Recentemente, ilustrou para Pedro Monteiro, poeta piauiense, os folhetos <i>A Lenda do Cabeça de Cuia, Cumade Fulozinha </i>e <i>A lenda de Iara</i>. Ilustrou ainda os infantojuvenis <i>Ithale: fábulas de Moçambique</i> (Editora de Cultura), de Artinésio Widnesse, <i>Moby Dick em cordel</i> (Nova Alexandria), de Stelio Torquato, e <i>A Jornada Heroica de Maria</i> (Melhoramentos), de Marco Haurélio, premiado com o selo Cátedra-Unesco e selecionado para a Feira do Livro de Bolonha, Itália. Seus mestres na xilogravura foram Stenio Diniz, Jô Oliveira, Valdeck de Garanhuns e Regina Drozina. É mestre em Estudos Culturais pela Universidade de São Paulo em estudo sobre as cavalhadas dramáticas do Médio São Francisco. </span></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Abaixo, algumas das artes de Lucélia.</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj16gxIg3BrciZ0QPtyixW2FmwzpDQNGx5xo_Q0EZanmN_hto0fgGgjb_XH7JMrRYIdY1wQDDN2IQwq_70GIueC2KvQlryUw7axMwpnCLJ0_PGv46piITC0zhGhm3PQGYzI2z9Zb0M7Snk/s1600/Dan%25C3%25A7arinos+-+S%25C3%25A9rie+Cart%25C3%25B5es+Postais+-+2017.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" data-original-height="761" data-original-width="1157" height="419" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj16gxIg3BrciZ0QPtyixW2FmwzpDQNGx5xo_Q0EZanmN_hto0fgGgjb_XH7JMrRYIdY1wQDDN2IQwq_70GIueC2KvQlryUw7axMwpnCLJ0_PGv46piITC0zhGhm3PQGYzI2z9Zb0M7Snk/w640-h419/Dan%25C3%25A7arinos+-+S%25C3%25A9rie+Cart%25C3%25B5es+Postais+-+2017.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;"><i>Festa brasileira (releitura de Luciano Tasso).</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfRcAGAsK6Nlefo29CkFNNkLad0VrzyQs_FqKXTzum4VElPsqzc8AMAyrLDEKg6IrgBG94opeZu_KJinII-TIRvSMLG_Ji59vIUkeFWILwv-vTyXlQtQtGEODbi3IRIUt97AD6TGiCozI/s1600/O+rei+do+bai%25C3%25A3o.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1171" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfRcAGAsK6Nlefo29CkFNNkLad0VrzyQs_FqKXTzum4VElPsqzc8AMAyrLDEKg6IrgBG94opeZu_KJinII-TIRvSMLG_Ji59vIUkeFWILwv-vTyXlQtQtGEODbi3IRIUt97AD6TGiCozI/w467-h640/O+rei+do+bai%25C3%25A3o.jpg" width="467" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;"><i>Luiz Gonzaga (releitura de desenho de Jô Oliveira). </i></span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi97rasF_rNvJzCuVvjjH8mJjp34lTAZqQmNYXujZ2KWoUTVtJEcCAd9NE3dwrV85XoBEFji5uzg0V6QvTy4759Ko00YMgst1fyyL-CaHmexwnO1ejfev1CEN0rtcOZ2AQimAeISZjjKWs/s1600/Barbat%25C3%25A3o.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" data-original-height="889" data-original-width="1273" height="445" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi97rasF_rNvJzCuVvjjH8mJjp34lTAZqQmNYXujZ2KWoUTVtJEcCAd9NE3dwrV85XoBEFji5uzg0V6QvTy4759Ko00YMgst1fyyL-CaHmexwnO1ejfev1CEN0rtcOZ2AQimAeISZjjKWs/w640-h445/Barbat%25C3%25A3o.jpg" width="640" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;"><i>Barbatão para livro "O sonho de Lampião.<br /><br /></i></span></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit;"><img alt="" height="640" src="https://i.pinimg.com/564x/af/8b/46/af8b46eab36584c20877b2d04ecc6320.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="458" /></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;">Capa do cordel <i>A Lenda do Cabeça de Cuia</i>, <br />de Pedro Monteiro.</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQLIfl-Nsl6ZhX7RPkQw3AOMKQPo9MFxoyw6UxpfFq1hr54mzDNBqgVHXxmbBak3Zvb9LbawtBLj69ylIYy3pqGcNZcqHMe5hUSxvzpaBUvJ1wdPFwZM0dQvUZCphhTM5ZP7thJENWGRY/s1600/Cabe%25C3%25A7a+de+cuia+miolo.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: inherit;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1325" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQLIfl-Nsl6ZhX7RPkQw3AOMKQPo9MFxoyw6UxpfFq1hr54mzDNBqgVHXxmbBak3Zvb9LbawtBLj69ylIYy3pqGcNZcqHMe5hUSxvzpaBUvJ1wdPFwZM0dQvUZCphhTM5ZP7thJENWGRY/w530-h640/Cabe%25C3%25A7a+de+cuia+miolo.png" width="530" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;"><i>Ilustração para cordel de Pedro Monteiro.</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<div><br />
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_2uDfSvFOS7CL_J9RdQWpHmDt6T_vyjx85L0-qpCoPzMZNkBVyZSSMKsruVr0yPZKfmlzftH6jWTxcBXEpByeJKbxe5Dd11Mg8yRjer1wnFyIz4aK2pm_8Ai06qVK3v8gBAMgsoz-B70/s1600/Pav%25C3%25A3o+Luc%25C3%25A9lia.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="366" data-original-width="247" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_2uDfSvFOS7CL_J9RdQWpHmDt6T_vyjx85L0-qpCoPzMZNkBVyZSSMKsruVr0yPZKfmlzftH6jWTxcBXEpByeJKbxe5Dd11Mg8yRjer1wnFyIz4aK2pm_8Ai06qVK3v8gBAMgsoz-B70/w429-h640/Pav%25C3%25A3o+Luc%25C3%25A9lia.jpg" width="429" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Pavão Misterioso </i>(matriz). <br /><br /></td></tr>
</tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7NLJMqKrTBcLsobEbbM7XjS7yV5EGRPyLCVYij9n00FYUKJJNT8c9Cp50Ws_mSyGjojoupfw3B6LnKtTmubHBISMllmJmaAjWRr4CznHV-Vt56QrFUYcqMjIl1RtTUl158dgPIjaK-bE/s1600/20180804_213120.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7NLJMqKrTBcLsobEbbM7XjS7yV5EGRPyLCVYij9n00FYUKJJNT8c9Cp50Ws_mSyGjojoupfw3B6LnKtTmubHBISMllmJmaAjWRr4CznHV-Vt56QrFUYcqMjIl1RtTUl158dgPIjaK-bE/w640-h360/20180804_213120.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Com Pablo Borges e J. Borges. <br />Espaço do Cordel: Bienal do Livro de São Paulo </td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-jbURr-FG76QzUCrF4v41tzWfeSH7oECH13i4GRf4HOxlXVn0btCTwHeFN32LKnhkWNKqSNqsqoazD5L1QGQsOY4Go0j3Zw-4gfWdaxkGMkx6FNir2pPaP2_WR8aLP_pVNvsWFjHBA-c/s1600/EncontroCordel_TiagoLima-3069.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-jbURr-FG76QzUCrF4v41tzWfeSH7oECH13i4GRf4HOxlXVn0btCTwHeFN32LKnhkWNKqSNqsqoazD5L1QGQsOY4Go0j3Zw-4gfWdaxkGMkx6FNir2pPaP2_WR8aLP_pVNvsWFjHBA-c/w640-h426/EncontroCordel_TiagoLima-3069.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Corujinhas. Prova e matriz. </td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNGYq8iW4nVllrHkgPbBHYwbn-aVwa5Eir_MG6TEcddP8BOrviF7zDzzbrx-Kl2St7Asj0ruwukEK4emmaKsXfjCXVGn0Ebo4j8xFI8fCRfwMV20yM5bDpwtk9UQERL6oqCf-OUZcLNl8/s1600/Atitude.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1191" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNGYq8iW4nVllrHkgPbBHYwbn-aVwa5Eir_MG6TEcddP8BOrviF7zDzzbrx-Kl2St7Asj0ruwukEK4emmaKsXfjCXVGn0Ebo4j8xFI8fCRfwMV20yM5bDpwtk9UQERL6oqCf-OUZcLNl8/w475-h640/Atitude.jpg" width="475" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Xilogravura para capa de folheto de José Walter Pires. </td></tr>
</tbody></table>
<br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8haHftO-M6AsptP-smhSbH09kdI8M6WmPamautziJBLFrWD5suAkILjdKRQl6KxLKYqWyVGca7vG2xU9_N32Oa9rx4cMuXcEzSemQ5LoQub2tuf1AumxZ7pDBqxvT_HNY0JGNXgQXIw0/s1600/033.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8haHftO-M6AsptP-smhSbH09kdI8M6WmPamautziJBLFrWD5suAkILjdKRQl6KxLKYqWyVGca7vG2xU9_N32Oa9rx4cMuXcEzSemQ5LoQub2tuf1AumxZ7pDBqxvT_HNY0JGNXgQXIw0/w640-h480/033.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Recebendo o aval do mestre J. Borges. </td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZXtiVkUkm0meYzre-wGfFM7QqIuphlqyi20IUxR6gvVw0CxJKptvLmPTcjMleZ6ROVGKbrW1hqQLXd7Non4Nq7urpeDRQaZ-oEe2TbmfFsh7OpfOCosiWkFRJ3zLlxEiexcktCxs6oh8/s1600/xilo.+Jo%25C3%25A3o+Paulo.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1324" data-original-width="1600" height="528" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZXtiVkUkm0meYzre-wGfFM7QqIuphlqyi20IUxR6gvVw0CxJKptvLmPTcjMleZ6ROVGKbrW1hqQLXd7Non4Nq7urpeDRQaZ-oEe2TbmfFsh7OpfOCosiWkFRJ3zLlxEiexcktCxs6oh8/w640-h528/xilo.+Jo%25C3%25A3o+Paulo.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Peleja de Zé Limeira com Chico Antônio. <br />Xilogravura para cordel de João Paulo Resplandes<br /><br /></td></tr>
</tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuwrQXDMcEtEpj8LyAlvJap58yDEsEJYjLl-whAstBMfZgK_K0mvgqQU8R4UplidsYMzmJ_ZO12ie0qgSgWPTBAtCYLIY8WmXV3tzXWidVdIVqBh2fovf3DPTogJJLEncpgjc_3RxcrQc/s640/A+casa+do+sol.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="452" data-original-width="640" height="453" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuwrQXDMcEtEpj8LyAlvJap58yDEsEJYjLl-whAstBMfZgK_K0mvgqQU8R4UplidsYMzmJ_ZO12ie0qgSgWPTBAtCYLIY8WmXV3tzXWidVdIVqBh2fovf3DPTogJJLEncpgjc_3RxcrQc/w640-h453/A+casa+do+sol.jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Imagem interna para o livro <i>A Jornada Heroica de Maria </i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">(Melhoramentos), de Marco Haurélio.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivdRzcIssPhhjmmFOlvEiYvdixYPuuDYV5_6eXsAOeBszERlijkpY9U4cznmxyLwLNpNBQyqBiZInfj_IRhLsC72w1ccAwHg2a4mf2qGd4E10nqz7IdyX-TLvey3SB0W43i644BwYMl7M/s2048/Cena+02.tif" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1480" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivdRzcIssPhhjmmFOlvEiYvdixYPuuDYV5_6eXsAOeBszERlijkpY9U4cznmxyLwLNpNBQyqBiZInfj_IRhLsC72w1ccAwHg2a4mf2qGd4E10nqz7IdyX-TLvey3SB0W43i644BwYMl7M/w462-h640/Cena+02.tif" width="462" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Maria encontra o Príncipe Papagaio. Imagem interna para o</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">livro<i> A Jornada Heroica de Maria. </i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><br /></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHuO4pQKgNCip4qGNBifNdupmDjLxtW6i5tQBE0O-NzsuearZzrxM7mcJJ8gNeBt8uaZ9XNzt073o4h-AIjcV2uQpTLfMgb64ScmppQDxyzRjRGG0Y34nvXi8A98u9yIY2zR9wAgKwErIYRJRRxGsfa5se5zNOpZK7J-Nlw7yMPY-jte6H3jwBNnON/s1873/LA%C3%87O%20DO%20DIABO.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1873" data-original-width="1277" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHuO4pQKgNCip4qGNBifNdupmDjLxtW6i5tQBE0O-NzsuearZzrxM7mcJJ8gNeBt8uaZ9XNzt073o4h-AIjcV2uQpTLfMgb64ScmppQDxyzRjRGG0Y34nvXi8A98u9yIY2zR9wAgKwErIYRJRRxGsfa5se5zNOpZK7J-Nlw7yMPY-jte6H3jwBNnON/w437-h640/LA%C3%87O%20DO%20DIABO.jpg" width="437" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Conto popular "O laço do diabo". Recolhido por Marco Haurélio</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i>Contos encantados do Brasil</i> (Aletria, 2022)</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjob4eKBdBXq9pxZ-nd-0FLZEYGIb37NzupkGDRITDqFbozU9srAIUUx2G9BH7NQr9HtnW10pcgjBVz7Orlt3U6rJKMZoiH62XsSSyfhwEoDAqE5gr7TwfQ-VnYpINSup2EgYx-9Ir1hrM/s2035/Lua+2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2035" data-original-width="1544" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjob4eKBdBXq9pxZ-nd-0FLZEYGIb37NzupkGDRITDqFbozU9srAIUUx2G9BH7NQr9HtnW10pcgjBVz7Orlt3U6rJKMZoiH62XsSSyfhwEoDAqE5gr7TwfQ-VnYpINSup2EgYx-9Ir1hrM/w486-h640/Lua+2.jpg" width="486" /></a></div><i>Mulheres de Lua</i>. Xilogravura para cordel de Nilza Dias<br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6etfe-ZmaCsK9Y_CWzFSeVyaZwq2OAdytSZMHRSDbP1wmGE0ZHo-_neEFSO_ADvZSq0uVNu7zEqAzh6paB-kgATJHW6WlP7adrRhoOeBKRat0rGNrZ9NrF-a1wYXrporv9RL9wuS-aVI/s2048/Iara+1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1329" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6etfe-ZmaCsK9Y_CWzFSeVyaZwq2OAdytSZMHRSDbP1wmGE0ZHo-_neEFSO_ADvZSq0uVNu7zEqAzh6paB-kgATJHW6WlP7adrRhoOeBKRat0rGNrZ9NrF-a1wYXrporv9RL9wuS-aVI/w416-h640/Iara+1.jpg" width="416" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>A lenda da Iara.</i> Xilogravura para capa de cordel de Pedro Monteiro. </td></tr></tbody></table><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbc8UXzQgJzzaAR3iaBx13D6fNNoAmanl6q2G1DdOs3fruX4UhYupkHIFPhEzXVtMfxE11dOi4dO53_WxKRMeiXk4K1yxANA3NQW3ZhQJxoBO4J-yjZkjG8fCjduMmKPNR2y19UwjWaSLqwhMTloL57BGLWydSBa6tKeT-fDq81-IezlC9QyV9e_ex/s960/Lampi%C3%A3o%20est%C3%A1%20chegando.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="683" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbc8UXzQgJzzaAR3iaBx13D6fNNoAmanl6q2G1DdOs3fruX4UhYupkHIFPhEzXVtMfxE11dOi4dO53_WxKRMeiXk4K1yxANA3NQW3ZhQJxoBO4J-yjZkjG8fCjduMmKPNR2y19UwjWaSLqwhMTloL57BGLWydSBa6tKeT-fDq81-IezlC9QyV9e_ex/w456-h640/Lampi%C3%A3o%20est%C3%A1%20chegando.jpg" width="456" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Chegada de Lampião à Malhada da Caiçara<br />Livro <i>O sonho de Lampião</i> (Principis, 2022)</td></tr></tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0ym9wrxCFrPtLb2GonAMhc3EsAE1GZF_k_T3Bu0rtA_YmWeuo8VsFU-SK5Z7SDc6LLVrlyS_T2GswZ8ze7H27wjEFzppd1EpS-aFV2a_shfzzTjOCvgyf8fCI8ma_Dlyj68S_SPCTYQrvGB14M5zdmxzIYz65Z9qQg_JZXJZiTphz1uI0uyCBXrpR/s1125/Lampi%C3%A3o%20sonho%203.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1125" data-original-width="828" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0ym9wrxCFrPtLb2GonAMhc3EsAE1GZF_k_T3Bu0rtA_YmWeuo8VsFU-SK5Z7SDc6LLVrlyS_T2GswZ8ze7H27wjEFzppd1EpS-aFV2a_shfzzTjOCvgyf8fCI8ma_Dlyj68S_SPCTYQrvGB14M5zdmxzIYz65Z9qQg_JZXJZiTphz1uI0uyCBXrpR/w472-h640/Lampi%C3%A3o%20sonho%203.jpg" width="472" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Bonita grávida<br />e as mulheres do Cangaço.</td></tr></tbody></table><br /><br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfDyRW273UqPl2n1-ep2jvv6dp6Ne64Z9s3RtniR5reYkxYGLDgajW4ZQxEFtt6XSmwtNbC9OViGsc0PJqqapuWCR7B-GWlNcy5S0ER0zZmBaTRaKfSjjzYHoaVHpMCfX5kI3YIlRbV4I/s1920/card-5_desk_V2.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1080" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfDyRW273UqPl2n1-ep2jvv6dp6Ne64Z9s3RtniR5reYkxYGLDgajW4ZQxEFtt6XSmwtNbC9OViGsc0PJqqapuWCR7B-GWlNcy5S0ER0zZmBaTRaKfSjjzYHoaVHpMCfX5kI3YIlRbV4I/w359-h640/card-5_desk_V2.png" width="359" /></a><br /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Angela Davis e Frida Kahlo. <br />Capa para folheto de Daniella Bento<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCeYuHTzY_FiBUAMV7DTpsG-M9YjHdxLP7KCSnpOsmsKZAqBY9-QjvJX4AC2CiN65Gu_EZjlpDmFj6kfly1swm23IdpAUdUwJVsiWuSNm5yMe1Jdq2bp0yLPIYKNL-Oeeq6l62DcuaMMtiqB41QW66cicvY1wW2JheT0J84rHAAUqjS71W9YW2N5mqHQs/s828/Xilogravura%20Luc%C3%A9lia%20Borges.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="828" data-original-width="828" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCeYuHTzY_FiBUAMV7DTpsG-M9YjHdxLP7KCSnpOsmsKZAqBY9-QjvJX4AC2CiN65Gu_EZjlpDmFj6kfly1swm23IdpAUdUwJVsiWuSNm5yMe1Jdq2bp0yLPIYKNL-Oeeq6l62DcuaMMtiqB41QW66cicvY1wW2JheT0J84rHAAUqjS71W9YW2N5mqHQs/w400-h400/Xilogravura%20Luc%C3%A9lia%20Borges.webp" width="400" /></a><br />Ancestralidade matrilinear tabajara.<br /><span style="font-size: x-small;">Xilo para cordel de Auritha Tabajara (Sesc Pompeia)<br /><br /></span></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVv9mlr2bdYNUUqZ3pg2tp7P3blPVBp4hE6QssiQTZXauPeGJsjSgzu4su_S-i1piEPbx1KAVqgCvEpxdVm2kPwGejOwt4fBzDCEwA9BFMk-1QkkmLvz9K7q3x4n2sbNQ1CVK5c23MA-Q/s1600/1149.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVv9mlr2bdYNUUqZ3pg2tp7P3blPVBp4hE6QssiQTZXauPeGJsjSgzu4su_S-i1piEPbx1KAVqgCvEpxdVm2kPwGejOwt4fBzDCEwA9BFMk-1QkkmLvz9K7q3x4n2sbNQ1CVK5c23MA-Q/s400/1149.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A artista na Editora Nova Alexandria.</td></tr>
</tbody></table>
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><b>Nota</b>: Atualizado em 20 de mio de 2023. </div><br />
<div>
<b><span style="font-family: inherit;">Contatos:</span></b></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;">Lucélia Borges</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><b>E-mail</b>: luceliapardim@gmail.com</span></div>
<div>
<span style="font-family: inherit;"><b>Fone</b>: (11) 98597-4133</span></div><div><span style="font-family: inherit;"><a href="https://www.instagram.com/luborges_xilo/">Perfil Instagram</a></span></div>
cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-15505664691150041012017-10-08T12:26:00.002-07:002018-01-01T16:16:49.612-08:00Livro de Marco Haurélio é finalista do Prêmio Jabuti <br />
<div style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;">
<img height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgULwIfUHgBqDs7HHNrjF3IDHgkknS8hGTS7mPi5uMzc3321xGseA0t9TQkcWoWjxo1ZfJpZ6PNVdc9AE0VSODS2vmEBf4b8N3cVSKVuyk10OF16hS3jZhFdD1uQU41BoUX09rUKK1EwcGC/s400/CAPA+cordel+de+arrepiar+europa.jpg" width="313" /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><i><span style="line-height: 19.9733px;">Cordéis de arrepiar</span></i><span style="line-height: 19.9733px;"> é uma coleção da editora IMEPH, de Fortaleza, criada por Arlene Holanda e coordenada por ela e pelo poeta Rouxinol do Rinaré. Reúne contos e lendas populares da tradição oral de vários povos nos quais predomina a temática do medo e do sobrenatural. Os primeiros volumes, <i>África </i>e <i>América</i>, foram escritos por Rouxinol do Rinaré e seu irmão, Evaristo Geraldo, e ilustrados por Edu Sá. O terceiro volume, com contos disseminados pelo continente europeu, numa vasta área que vai da Irlanda à Rússia, conta com três textos do poeta e pesquisador da literatura popular, Marco Haurélio. Esta inusitada coletânea está entre as dez obras finalistas ao Prêmio Jabuti 2017 na categoria Adaptação.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; line-height: 19.9733px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><i><span style="line-height: 19.9733px;">Teig O’kane e o Cadáver </span></i><span style="line-height: 19.9733px;">é um conto sobrenatural que William Butler Yeats (1865-1939), poeta e coletor das tradições populares de seu país, a Irlanda, incluiu na coletânea <i>Fairy and Folk Tales of the Irish Peasantry</i> (Contos de fadas e folclóricos da Irlanda rural). A presença dos anões transportando o cadáver é o traço cultural celta mais evidente. É preciso ressaltar que a palavra <i>fada</i>, que remete, em latim, ao destino, <i>fatum</i>, se aplica aos anões, verdadeiros agentes da transformação por que passa o protagonista em sua jornada noturna. A estrofe inicial já remete à prova a que se submeterão protagonista:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: inherit;">Quem anda na senda escura,</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: inherit;">Com passo ligeiro ou tardo,</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: inherit;">Terá de levar um dia</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: inherit;">Da vida o pesado fardo</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: inherit;">E, após mirar o rival,</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: inherit;">Sentir em si mesmo o dardo.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><i><span style="line-height: 19.9733px;">História do Filho Ingrato </span></i><span style="line-height: 19.9733px;">é um conto de exemplo que aparece em coletâneas europeias antes do século XIV, conforme Bráulio do Nascimento (<i>Estudos do conto popular</i>. Em sua versão mais famosa, o filho expulsa o pai de casa, oferecendo-lhe apenas uma manta para que se cubra. O filho ainda pequeno do ingrato pede ao avô a manta, divide-a no meio e diz ao pai que guardará aquela parte para quando chegar vez dele. O motivo, corrente na tradição oral do Brasil, inspirou um clássico da música sertaneja, “Couro de boi”, composto por Teddy Vieira. O conto adaptado para o cordel foi recolhido na Alemanha pelos Irmãos Grimm, que o publicou em sua coletânea <i>Contos da criança e do lar</i>.<i></i></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><i><span style="line-height: 19.9733px;">Marúsia e o Vampiro </span></i><span style="line-height: 19.9733px;">é<i> </i>conto de horror mesclado a elementos de narrativas maravilhosas, a exemplo do episódio da morte e renascimento da heroína, presente em inúmeras histórias, a mais antiga delas “Os dois irmãos”, conto egípcio de mais de três mil anos. O vampiro do conto de que nos servimos, coletado por Aleksandr Afanas’ev (1826-1871) e incluído nos <i>Contos de fadas russos</i>, difere do personagem massificado pelo cinema a partir do romance gótico <i>Drácula</i>, do escritor irlandês Bram Stoker, publicado em 1897. Os povos eslavos (búlgaros, montenegrinos, bósnios, sérvios etc.) conheciam muitas classes de vampiros, mesmo antes da conversão de muitos deles ao cristianismo ou ao islamismo. A origem da crença em vampiros é obscura, mas se enquadra no medo ancestral incutido pelo possível retorno de um defunto que, para conservar uma ilusória sobrevida, se alimentava de fluidos vitais.<i></i></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="line-height: 19.9733px;">Autor</span></b><span style="line-height: 19.9733px;">: Marco Haurélio</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="line-height: 19.9733px;">Ilustração</span></b><span style="line-height: 19.9733px;">: Edusá</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="line-height: 19.9733px;">Edição</span></b><span style="line-height: 19.9733px;">: 1ª</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="line-height: 19.9733px;">Valor</span></b><span style="line-height: 19.9733px;">: R$ 40,00</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="line-height: 19.9733px;">Formato</span></b><span style="line-height: 19.9733px;">: 18 x 24 cm</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="line-height: 19.9733px;">Número de páginas</span></b><span style="line-height: 19.9733px;">: 40</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><b><span style="line-height: 19.9733px;">ISBN</span></b><span style="line-height: 19.9733px;">: 978-85-7974-316-0</span></span></div>
cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-10504686166413706702015-07-09T13:47:00.004-07:002018-01-01T16:17:24.982-08:00Cordel encanta Serra do Ramalho<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtRxM3gqTrvZ5k81F4s1QK61ip76k5kv9i2sM4eYftTtwc6xWjATtqObv1TAQH_8fsD3q-GktcG2jKBG3nsrphAXIW8o46895nr3wZkyMBl1bLYi4kN6axqvA1f3bF9Hxb0jxpgMIQyfA/s1600/p%25C3%25BAblico.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtRxM3gqTrvZ5k81F4s1QK61ip76k5kv9i2sM4eYftTtwc6xWjATtqObv1TAQH_8fsD3q-GktcG2jKBG3nsrphAXIW8o46895nr3wZkyMBl1bLYi4kN6axqvA1f3bF9Hxb0jxpgMIQyfA/s400/p%25C3%25BAblico.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "calibri";"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Desde o dia 23 de junho, o
município de Serra do Ramalho, localizado no Médio São Francisco, sertão da
Bahia, viveu uma efervescência cultural como havia muito não se via por estas
bandas. Na véspera e no dia de São João, foi encenada a cavalhada na comunidade
de Agrovila 07, no pátio da igreja, com a recriação das batalhas entre
mouros<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e cristãos na Península Ibérica,
tendo como protagonista o imperador Carlos Magno. Na cavalhada teatral, o maior
auto popular a céu aberto, os partidos cristão (azul) e mouro (encarnado) lutam
pela honra e pela princesa Angélica, filha do rei da França. Em Serra do
Ramalho, o evento acontece, principalmente, pela força de vontade de José
Carlos, que interpreta o rei mouro, e é mestre da cultura popular. O rei
cristão é interpretado por Ismael.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9w3ViaOORjKOF-VDR1gik_LCdxHunmbzFPLZ5PgCyuOznHBC6-cCQcCrBdIjb3DtU8IlbmNyItihdGVhrHOm5U3508NOuOsNPGTqr96bH5doty695JRlud1uoGP1v92dii88nGX7UM8c/s1600/encontro+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9w3ViaOORjKOF-VDR1gik_LCdxHunmbzFPLZ5PgCyuOznHBC6-cCQcCrBdIjb3DtU8IlbmNyItihdGVhrHOm5U3508NOuOsNPGTqr96bH5doty695JRlud1uoGP1v92dii88nGX7UM8c/s320/encontro+2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBgb8V_FFmLsoKV9nN1rXLEGiiwdyIdUZynivHoKz2evxFRmETt_9oaVov8A61T9h9kLIie12jquTVEiCP7xH1JERET9CmOyzIlVsQ8O1yb3Ui5hwcXGQL7qxBzC85NMg2fKsz_RDavbU/s1600/zewalter+z%25C3%25A9+ornelas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBgb8V_FFmLsoKV9nN1rXLEGiiwdyIdUZynivHoKz2evxFRmETt_9oaVov8A61T9h9kLIie12jquTVEiCP7xH1JERET9CmOyzIlVsQ8O1yb3Ui5hwcXGQL7qxBzC85NMg2fKsz_RDavbU/s320/zewalter+z%25C3%25A9+ornelas.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiN4GugSXr7J_TNeiWqAwg1Yo4F5wHjbEFwUG1z9YyZLDUKhw-hcxMn5Zq8EhjgCI8CD7AKZOVjsHWy4QpjdD2Hv8nGEF5vf6QE9y-2UQ6_HDeJtcon_KpUDdXg1D_YSy4U1C10iz26JV0/s1600/DSCN6748.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="157" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiN4GugSXr7J_TNeiWqAwg1Yo4F5wHjbEFwUG1z9YyZLDUKhw-hcxMn5Zq8EhjgCI8CD7AKZOVjsHWy4QpjdD2Hv8nGEF5vf6QE9y-2UQ6_HDeJtcon_KpUDdXg1D_YSy4U1C10iz26JV0/s320/DSCN6748.JPG" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzZBu5JYxQvTjN0hk0RDVzexm1sZCEc92ZwtDJ5vqmPOjPW6XJxZCAAQg6lzR6Dlf3ihT9Q3TXVRKrCOVzGmROSowuKuWsCvoJJF4wCxNQNx-UND1GybzjXVdOj-Qnzr5x2CRFewuU6LA/s1600/encontro+6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzZBu5JYxQvTjN0hk0RDVzexm1sZCEc92ZwtDJ5vqmPOjPW6XJxZCAAQg6lzR6Dlf3ihT9Q3TXVRKrCOVzGmROSowuKuWsCvoJJF4wCxNQNx-UND1GybzjXVdOj-Qnzr5x2CRFewuU6LA/s320/encontro+6.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8HvmHvVuA5MAyx_HUpBnHdOJ_OJaRsYqU97kOYcaKAbcgu3qHr5lKZUkp2ZIzjTRejPV5TVsi8b6tSPvloLCRR6aRl0-pa7d5WjcCskfvgmLWDaLO-866TbJSNlMhBLTN1S_7sbqFZ10/s1600/cordelteca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8HvmHvVuA5MAyx_HUpBnHdOJ_OJaRsYqU97kOYcaKAbcgu3qHr5lKZUkp2ZIzjTRejPV5TVsi8b6tSPvloLCRR6aRl0-pa7d5WjcCskfvgmLWDaLO-866TbJSNlMhBLTN1S_7sbqFZ10/s320/cordelteca.jpg" width="176" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "calibri";">Nos dias 25 e 26, na Escola
Castro Alves, foram realizadas as oficinas de cordel, com presença dos
professores e demais interessados. O ministrante foi o poeta popular, escritor
e pesquisador da cultura popular brasileira Marco Haurélio, que, durante mais
de 15 anos morou em Serra do Ramalho, cidade para onde se mudou ainda criança,
na década de 1980. No segundo dia, a oficina teve o reforço de dois outros
poetas participantes do projeto Cordel: a poesia encantada do sertão: Rafael
Neto e Zeca Pereira.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjggNZ0YwP-GHXdQaLYuHUStE2o0lo9bJpfhwdbI9I5-_lEpCMAqyiEheXzv_Kfed9YYWvsJmlYHcLW102Oul07VJzEGK9pjF49TY4Zw1P5mxsIzYgq52zZ7anqGUdzUcKNwtLSZyqO9zY/s1600/cavalhada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjggNZ0YwP-GHXdQaLYuHUStE2o0lo9bJpfhwdbI9I5-_lEpCMAqyiEheXzv_Kfed9YYWvsJmlYHcLW102Oul07VJzEGK9pjF49TY4Zw1P5mxsIzYgq52zZ7anqGUdzUcKNwtLSZyqO9zY/s320/cavalhada.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOOryQ2FKF0TSMIPU3j8VKHga09g5mczG-qJKMtOupbNpvpurepEEw7QUWVYslC0pnI7TZ39BbbZRoNcIVYgOd3KoNudquiGdD_qgOkNEbMyvmStu3mw3hhsYoDFAO72NQTsMLgUIRliM/s1600/princesa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="233" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOOryQ2FKF0TSMIPU3j8VKHga09g5mczG-qJKMtOupbNpvpurepEEw7QUWVYslC0pnI7TZ39BbbZRoNcIVYgOd3KoNudquiGdD_qgOkNEbMyvmStu3mw3hhsYoDFAO72NQTsMLgUIRliM/s320/princesa.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">No sábado, dia 27, às 10 da
manhã, foi inaugurada a cordelteca Antônio José dos Santos (Tio Tony),
homenagem ao grande divulgador da poesia popular em Serra do Ramalho, morto
precocemente em 2014. Tio Tony era poeta e radialista e estava escalado para
participar, como declamador, no nosso projeto. A família do poeta, representada
por suas irmãs Clarice, Maria, Ana e pela sobrinha Cláudia, prestigiaram a
homenagem. A cordelteca, que agora faz parte da Biblioteca Municipal Arcélia
Alves de Barros, traz títulos de autores clássicos e contemporâneos, incluindo
obras dos autores que participaram do projeto: Marco Haurélio, José Walter
Pires, Rafael Neto e Zeca Pereira. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">À noite, ainda no dia 27, ocorreu
a culminância do projeto, o Encontro Sertanejo de Cordelistas, no Centro de
Treinamento de Líderes (CTL), com a participação dos poetas populares e boa
presença de público. Cordel, repente, aboios e causos fecharam com chave de
ouro uma jornada inesquecível.</span></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Os depoimentos de dois participantes
do projeto, o professor Rogério Soares e o poeta José Walter, não deixam
dúvidas. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;">"</span>Sábado, 27/06, em Serra do
Ramalho, município localizado nas barrancas do Velho e agonizante São
Francisco, a 300 Km de Brumado, no Encontro de Cordelistas, evento produzido
por Itamar Mendes, merecedor de aplausos por tudo de bom que lá aconteceu,
reunindo Cordelistas, outros poetas, com destaque para o poeta da terra Marco
Haurélio, nome que brilha no cenário nacional como um respeitado pesquisador do
cordel, além do poeta com inúmeras obras publicadas, a presença do poeta Zeca
Pereira, o andarilho do cordel, o repentista de Paulo Afonso, Rafael Neto e
este poeta aprendiz, que escreve estas linhas, com apresentações na Biblioteca
Municipal da Cidade, na manhã e á noite no espaço do CTL, com o brilhantismo
das declamações, sobretudo, do poeta Rafael que brindou o público presente com
os seus repentes, causos, histórias que encheram a noite amena de muita
alegria. Retornei feliz com a receptividade, com a minha participação entre
esses renomados poetas e carregado de indagações a respeito da nossa cultura.
Só quem corre risco, que viaja, que conhece outros poetas, escritores, que
enfrenta críticas, que foge aos estreitos limites da arte que produz, poderá
dimensionar o seu valor literário em um cenário onde pontilham estrelas
verdadeiramente luminosas. E aqui cabe lembrar o nosso vate maior, o poeta
condoreiro, quando profere com os seus arroubos de vaidade: " Sou pequeno,
mas só fito os Andes/Sou cego, mas só peço luzes". Salve o cordel
encantado! Salve a cultura sertaneja! Salve Serra do Ramalho, que pode contar
com o idealismo de uma pessoa como Itamar Mendes e possuir nas suas entranhas
um poeta da estirpe de Marco Haurélio de quem tenho a honra de merecer a estima
e amizade. Sei que o meu amigo Rogério, de Caetité, fará novas publicações como
o seu profissionalismo e zelo pela arte fotográfica.<span style="font-size: medium;">"</span></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><em>José Walter Pires, poeta
cordelista<o:p></o:p></em></span></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: medium;">"</span>Serra do Ramalho é um celeiro de
manifestações populares. Entre os dias 23 e 24 de junho é realizado na Agrovila
07 o Auto a céu aberto da Cavalhada. Esse teatro mostra a conversão dos mouros
pelos cristãos em uma encenação de cores e muita destreza equina. O enredo da
festa é tomado de empréstimo do livro Carlos Magno e Os Doze Pares da França. Abaixo
algumas fotos que tive a oportunidade de fazer durante a celebração popular.
Fica aqui o meu agradecimento aos colegas Marco Haurélio, Lucélia Pardim
Guarani Kaiowá e Itamar Mendes que este ano me convidaram para assistir o
folguedo popular. De vermelho o rei mouro, de azul o rei cristão.<span style="font-size: medium;">"</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><em><span style="font-family: inherit;">Rogério Soares de Brito,
professor,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>orientador pedagógico do
projeto “Cordel: a poesia encantada do sertão”</span><span style="font-family: calibri;"><o:p></o:p></span></em></span></div>
<a href="http://www.papajogos.com.br/esportes/super_mario_moto.html" title="Super Mario Moto"></a>cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5811076873603379752.post-36270443551539239892015-06-01T10:36:00.000-07:002015-06-04T15:50:27.644-07:00Boas-vindas!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb1cMrWqKK-TNJhdxEptGJEBQrI_jFyu0UnDprCd6Ks7mJSSRBr5lofzP4jTfjXPO5-acZc2kqZj8rlpZ3KjJD1xS32jYToCsDlK7d_PkAE0OesFHxe7UaJ81GhpKg-v5YjehQvvGZ1oM/s1600/Arte+final+jun_2015.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="448" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb1cMrWqKK-TNJhdxEptGJEBQrI_jFyu0UnDprCd6Ks7mJSSRBr5lofzP4jTfjXPO5-acZc2kqZj8rlpZ3KjJD1xS32jYToCsDlK7d_PkAE0OesFHxe7UaJ81GhpKg-v5YjehQvvGZ1oM/s640/Arte+final+jun_2015.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A Literatura de
Cordel é uma das mais genuínas manifestações da cultura popular brasileira. Sua
influência está presente em muitas manifestações artísticas, entre elas o
teatro e o cinema. Foi com base na literatura de cordel que Ariano Suassuna
escreveu a peça<span class="apple-converted-space"> </span><i>Auto da
Compadecida</i>, que vertida para o cinema, foi um grande sucesso.<span class="apple-converted-space"> </span>O cordel chegou ao
Brasil via Portugal, e se estabeleceu na Região Nordeste, onde ganhou feição própria. A
Bahia sempre foi um grande produtor de cordel desde os tempos de Rodolfo Coelho
Cavalcante, Minelvino Francisco Silva, João Damasceno Nobre, Antônio Teodoro
dos Santos, Antônio Alves da Silva, Cuíca de Santo Amaro e Bule-Bule, até os
tempos atuais, em que surgem nomes de destaque, como Antônio Barreto, Jotacê
Freitas, Zeca Pereira e Marco Haurélio.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">No Brasil, o cordel ganhou feição própria, com os romances do ciclo do boi e as
histórias de vaqueiros intrépidos, beatos e cangaceiros. Os romances de
cavalaria, no entanto, inspiraram clássicos do gênero, como<span class="apple-converted-space"> </span><i>A</i><span class="apple-converted-space"> </span><i>Batalha de Oliveiros com Ferrabrás</i>,
de Leandro Gomes de Barros, e<span class="apple-converted-space"> </span><i>Roldão
no Leão de Ouro</i>, de João Melchíades Ferreira da Silva, textos do chamado
ciclo de Carlos Magno, personagem histórico abraçado pela cultura popular do
Brasil e de Portugal. Esta interface da cultura popular alimentada pelo cordel
está presente na chamada cavalhada teatral, encenação a céu aberto de um auto
tradicional que rememora as batalhas travadas entre mouros e cristãos.</span></div>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">
<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A prática poética
do autor de cordel, que é ao mesmo tempo oral e escrita, incorpora princípios
de um conhecimento poético tradicional, com a métrica e a rima obedecendo a
padrões já bastante conhecidos, usualmente com versos de sextilhas, setilhas ou
décimas. Por ser uma criação literária individual, mas voltada à temática de
interesse coletivo e pelo número elevado de exemplares impressos, o cordel
atrai um grande número de pessoas, realizando o nobre papel de alfabetizar
cidadãos, e ainda promovendo o hábito da leitura, bem como irradiando cultura.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O projeto<span class="apple-converted-space"> </span><b><i>Cordel: a Poesia Encantada do
Sertão</i></b>, por meio das diversas ações como formação, exposições, mostras,
debates, formação da cordelteca e do<span class="apple-converted-space"> </span><b><i>Encontro
Estadual de Cordelistas</i></b>, enfocará todas as faces da poesia popular,
ressaltando a relevância do cordel para a cultura do nosso município, estado e
país. Para o município de Serra do Ramalho, que agrega tradições culturais como
o reisado, cavalhadas, samba de roda e dança de São Gonçalo, a atividade será de
grande importância para a afirmação da identidade cultural de seu povo, em
grande parte oriundo da região atingida pela construção da barragem de
Sobradinho, em meados da década de 1970. <o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Coordenação geral</span></b><span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">: Itamar Mendes,
Lucélia Borges e Silmária Ferreira.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<u1:p></u1:p>
<u1:p></u1:p>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
cordelpoesiaencantadahttp://www.blogger.com/profile/10417514210253177004noreply@blogger.com0